Preso por morte de empresário mineiro no Litoral é suspeito de esquema de extorsão de dentro da cadeia
Policial

Preso por morte de empresário mineiro no Litoral é suspeito de esquema de extorsão de dentro da cadeia

A investigação do assassinato do empresário mineiro Samuel Eberth de Melo, de 41 anos, segue tendo novos desdobramentos.

A Polícia Civil deparou-se com um possível novo crime: extorsão. Conforme a apuração, o acusado de 31 anos, que já estava preso pelo homicídio, estaria ameaçando pessoas do lado de fora da cadeia para obter vantagens financeiras.

Além dele, que teve nova prisão preventiva decretada, a esposa dele e um companheiro de cela também são investigados.

Segundo a delegada Marcela Ehler, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Novo Hamburgo, a polícia descobriu que o preso pelo assassinato estava extorquindo moradores da Região Metropolitana por meio do WhatsApp.

— Exigiam valores ou transferência de veículos, a todo tempo ameaçando as vítimas e suas famílias. Uma das vítimas cedeu às ameaças e transferiu veículos e (fez) Pix — explica a delegada.

A polícia cumpriu mandados de busca na cela onde o acusado estava mantido e na residência dele, em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte. As ações no sistema prisional contaram com apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Sua esposa também foi presa de forma preventiva na ação.

Conforme a polícia, ela é suspeita de integrar o mesmo esquema e estava em posse de um veículo, que teria sido transferido por uma das vítimas. A mulher seria a responsável, de acordo com a apuração, por realizar as ações do lado de fora da cadeia, como trâmites inclusive em cartórios.

Já o preso, que estava na mesma cela, é suspeito de participar do esquema fazendo as ameaças contra as vítimas. A polícia identificou quatro casos nos quais os três são suspeitos de tentar obter vantagens.

Segundo a apuração, o trio enviava mensagens por aplicativo e chegava a encaminhar imagens em tempo real das residências e dos locais de trabalho das vítimas. Aparelhos celulares foram apreendidos dentro da cela onde estavam os presos.

Também foi recolhido o veículo que estava com a esposa do acusado.

— Para nós, chamou a atenção e surpreendeu a continuidade delitiva dele. Praticavam extorsões em valores variados: R$ 1 mil, R$ 5 mil, R$ 10 mil — afirma o delegado.

Em relação ao caso do empresário mineiro, a polícia continua investigando desdobramentos do crime. Segundo a delegada Marcela, na última segunda-feira (4), o homem já preso e outro investigado foram indiciados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

Mas a polícia continua apurando o destino dos veículos enviados pelo empresário ao Rio Grande do Sul.

Os automóveis variam entre modelos populares e de luxo, num total estimado em R$ 5 milhões.

O casoPreso por morte de empresário mineiro no Litoral é suspeito de esquema de extorsão de dentro da cadeia

O empresário mineiro Samuel Eberth de Melo, desaparecido desde o dia 2 de junho, foi assassinado em razão de uma dívida de R$ 5 milhões envolvendo um negócio de carros.

Segundo a delegada Marcela Ehler, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Novo Hamburgo, o empresário veio ao Estado em busca de 44 veículos que ele havia vendido a uma revenda, cujo sócio foi preso preventivamente nesta segunda-feira (12).

Quando chegou a Novo Hamburgo, ele acabou não encontrando todos os carros.

Até o momento, duas pessoas foram presas. São eles: o sócio do empresário e um comparsa. A polícia encontrou sangue no sítio e no carro do sócio.

Conforme Marcela, desde o registro do desaparecimento a investigação foi reunindo informações pelas redes sociais da vítima, pelo sinal do celular, câmeras de monitoramento que mostravam o deslocamento do empresário.

Em seguida, após ouvir o depoimento do sócio foram encontradas várias inconsistências na narrativa apresentada, disse a delegada.

Samuel Eberth Melo foi morto com cerca de nove tiros, segundo perícia do IGP.

O corpo estava em um barranco próximo a um riacho em uma área rural de Santo Antônio da Patrulha, coberto de telhas e outros materiais.

Confira o que se sabe sobre como o crime

– Segundo a polícia, Samuel e o suspeito fecharam negócio no início do ano. Em um primeiro momento, foram 25 carros vendidos e pagos;

– Em um segundo momento, 44 carros — avaliados em R$ 5 milhões — foram vendidos pelo Samuel ao sócio. Porém, o valor não foi pago;

– Com isso, em 2 de junho, o empresário mineiro viajou até Novo Hamburgo, onde estava o sócio, em busca dos veículos;

– Ao chegar lá, o mineiro não encontrou os carros. Nesse momento, ele enviou o primeiro áudio à namorada dizendo: “você acredita que os carros não estão aqui?”

– Imagens do circuito de segurança de um posto de combustível mostra o empresário, às 13h10, acompanhado de dois suspeitos;

– De lá, foi iludido pelo autor do crime e levado até Santo Antônio da Patrulha, a 80 quilômetros de distância de Novo Hamburgo;

– Chegando lá, a polícia acredita que ele foi morto com nove tiros nas costas, entre às 16h de sexta (2) e sábado pela manhã (3);

– No último domingo (11), o corpo do empresário mineiro foi encontrado após uma denúncia anônima. Ele estava encontrado coberto de telhas e outros materiais;

– O sepultamento do corpo do empresário está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (12).

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