Primeiro Mundo – basta querer
Não me tornarei repetitivo, tampouco farei “chover no molhado”, ao afirmar que aquela região em nada fica devendo para as internacionais estações de inverno de Vevey, Lausanne, Lucerna e Château-d'Œx, nos Alpes Suíços, ou para a italiana Cortina d'Ampezzo, na região do Vêneto.
Os turistas que acorrem para a nossa serra extasiam-se ante a majestática natureza, a singular arquitetura de suas cidades, os vinhedos, as malharias, o polo industrial noveleiro, cuteleiro, com panelas e faqueiros em inox, as fábricas de chocolates, a rica e diversificada gastronomia e a gama de permanentes eventos culturais, sobretudo o Festival Internacional de Cinema e o Natal Luz de Gramado.
O que me causa estranheza – e os motoristas, além dos que lá residem, são procedentes dos mais variados Estados brasileiros – é o por quê, sobretudo em Gramado, onde são poucas as sinaleiras existentes, o trânsito é disciplinado e o pedestre exemplarmente respeitado? Por que em todas aquelas cidades não se escutam motocicletas sem surdinas, ou com o cano de descarga estourado? Por que inexistem carros de som berrando reclames comerciais, ou burróides manezinhos percorrendo, durante as 24 horas do dia, as ruas em utilitários rebaixados, o som turbinado de boate expelindo um desesperante bate-estacas?
Creio que a resposta reside na educação e na sabedoria adquiridas pelos habitantes daquela região serrana de que somente em assim agindo transformariam, aliados pela exuberante natureza, suas cidades em polos verdadeiramente turísticos.