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Procura-se a ética, a cidadania e a civilidade

Ética e cidadania são dois conceitos fulcrais na sociedade humana. A ética e cidadania estão relacionadas com as atitudes dos indivíduos e a forma como estes interagem uns com os outros na sociedade.

Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive.

Já a civilidade é a resultante da interação daqueles dois atributos.

Sérgio Buarque de Holanda consagrou a expressão homem cordial discorrendo sobre cordialidade e civilidade, atraso e modernidade, tradição e renovação, privado e público. Segundo Buarque de Holanda, a definição de civilidade é proporcional à ética, à modernidade, à renovação, à educação, pois o indivíduo que tem como prerrogativas a civilidade é, e deve ser, cordial, ético e principalmente educado, tanto nas ações quanto no comportamento. Os códigos morais regem a conduta dos membros de uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para garantir a integridade do grupo, a convivência pacífica e o bem-estar dos indivíduos que o constituem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito enquanto parte de uma coletividade. Portanto, moral coaduna com ética e respeito, e estes são a base de qualquer grupo civilizado.

No entanto, não foram estas as atitudes adotadas por um cliente e a funcionária do tal supermercado (caixa). Pessoa de minhas relações testemunhou na filial de Osório de uma Rede de Supermercados recentemente inaugurada nessa cidade exatamente sua antítese.

O cidadão(?) em tela já se encontrava com suas compras na esteira do caixa. Atrás dele, outra cliente, aguardando sua vez, com o seu carrinho de compras. Nisso, o cidadão(?) lembrou-se de que havia “esquecido” um item de sua lista de compras.

Ato contínuo, dirigiu-se tranquilamente até a gôndola onde encontraria o item recém-lembrado, retornando, no mesmo passo, para o caixa onde a funcionária, simplesmente, o aguardava. Até aí morreu o Neves, não fosse uma segunda ida, desta feita – pasmem! – ao açougue!

Ora, até a escolha, pesagem e embalagem do corte quanto tempo imagina-se decorrido? Cinco (nunca menos do que isso), oito, dez, 15 minutos? E a senhora, pacientemente aguardando os caprichos do “senhor esquecido”. Assim mesmo, ela preferiu aguardar, vez que os outros dois guichês de caixa então em funcionamento também guardavam filas de significativo tamanho.

Chegada a sua vez de ser atendida pela funcionária do caixa, esta, desrespeitosamente, acionou a abertura da gaveta, contou e recontou o dinheiro até então recebido, aguardou a chegada da supridora, efetuou a transferência de valores e, somente então, “dispôs-se” a atender a já não tão paciente e, estejam certos, EX-CLIENTE.

Avaliar a deseducação, o desrespeito, a total ausência de civilidade e cordialidade do aproveitador “esquecido” é perda de tempo. Este não tem mais solução; assim há de viver o resto de seus dias.

Cabe, isto sim, questionar a veracidade do site da filial osoriense do referido supermercado que informa contar com nove caixas, sendo seis normais e três rápidos (quando, na ocasião do inusitado apenas três funcionavam) e 38 novos empregos diretos.

Serão estes devidamente qualificados?

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