Educação

Projeto desenvolvido em Osório conquista primeiro lugar em evento nacional de pesquisa

Febrace 1 trab AleO projeto “Reaproveitamento de subprodutos agroindustriais no desenvolvimento de produto enriquecido com fibras para celíacos”, desenvolvida no Câmpus Osório, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), recebeu quatro premiações na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP), entre os dias 16 e 20 de março de 2015. A pesquisa tem por objetivo desenvolver um produto de panificação para o público intolerante ao glúten que seja agradável ao paladar e acrescido de fibras através do reaproveitamento de subprodutos da agroindústria da região do litoral norte do Rio Grande do Sul. Entre os prêmios recebidos, destaque para a conquista do primeiro lugar na categoria Ciências Agrárias e o credenciamento para participar de evento científico nos Estados Unidos.

O estudante Alessandro Hippler Roque, do quarto ano do curso Técnico em Administração integrado ao ensino médio recebeu troféu, medalha, um tablet e a assinatura de revista científica da USP com a primeira colocação. Também conquistou o credenciamento para participar da Intel ISEF (International Science andEngineering Fair), uma feira internacional de Ciências e Engenharia que ocorre no mês de maio, em Pittsburgh (EUA) e o prêmio Destaque em Incentivo à Tecnologia e à Ciência, da Associação Brasileira de Incentivo à Tecnologia e Ciência (Abritec). Foi concedido à professora orientadora do projeto, Flávia Twardowski Pinto, o prêmio Destaque Unidades da Federação – uma menção honrosa como projeto representante do Estado, entre um total de 39 trabalhos gaúchos.

No mesmo evento, outro estudante do Câmpus Osório foi premiado. Com o projeto “História das instituições educacionais e seus acervos escolares na cidade de Osório – Rio Grande do Sul”, o aluno Leonardo Fernandes Coelho ganhou o Prêmio Geher de História, Diversidade e Inovação, do Grupo de Estudos História da Educação e Religião da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Leonardo foi orientado pela professora Maria Augusta Martiarena de Oliveria e ganhou certificado, livro e o convite de uma visita técnica para apresentar seu trabalho ao grupo da USP. O projeto visa resgatar a história da escola mais antiga do município, a General Osório, por meio da catalogação do seu acervo fotográfico.

Para o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFRS, professor Júlio XandroHeck, “este é o resultado do empenho dos alunos e das professoras orientadoras, bem como das políticas institucionais de incentivo à pesquisa tanto na educação básica como na educação superior. São desempenhos como estes que nos mostram que o IFRS está no caminho certo, qualificando nossos jovens estudantes para contribuir com o futuro da ciência e do nosso país”.

Contra o desperdício e a favor da saúde

O trabalho de Alessandro Hippler Roque comprovou que, através da casca de abacaxi e de farinhas de banana verde e de arroz integral, insumos de subprodutos agroindustriais provenientes da região do litoral norte do Rio Grande do Sul, é possível produzir um pão sem glúten e com 8,6% de fibra, o que seria ideal para suprir a necessidade do público celíaco que, geralmente, apresenta carência de nutrientes. Além disso, esse produto sairia 170% mais barato do que os à venda no mercado atualmente. Outro dado interessante é que a população mundial é composta de 1% de celíacos e no Rio Grande do Sul esse índice é de 5%.

O estudante conta que o trabalho teve como principais motivações: aproveitar sobras do processo produtivo de cereais e frutas de agroindústrias do Litoral Norte, evitando desperdício; facilitar o acesso e baratear os alimentos para pessoas com doença celíaca. “Queremos continuar as pesquisas, para aumentar a linha de produtos para esse público”, afirma Alessandro.

A professora Flávia vai acompanhar o pesquisador na viagem a Pittsburgh e conta que está orgulhosa com a oportunidade: “Não tenho palavras para descrever esta sensação, principalmente porque é o sonho de um aluno do ensino médio receber este reconhecimento. Vamos participar de um evento em que estão os maiores pesquisadores do mundo”. Entretanto, diz que o mais importante não é ir para uma feira para ganhar prêmios e sim desenvolver produtos que atendam à necessidade da região na qual pertencem. Ela é só elogios ao orientando: “É um aluno muito dedicado e envolvido com a pesquisa, foram vários testes até chegar a uma formulação eficiente” – comemora. O trabalho é coorientado pela estudante de nutrição Yasmin Pereira, egressa do ensino médio do Câmpus Osório.

Carreira de sucesso

Apesar da pouca idade – 18 anos -, Alessandro já acumula destaques. Recebeu o segundo lugar na 29ª Mostratec, feira internacional de ciência e tecnologia realizada em 2014, com o trabalho “Celíacos: uma nova proposta para o aumento de ingestão de fibra” e o prêmio da Revista Inciência com encaminhamento de artigo para publicação, além de credenciamento para participar da Milset Expo-Brasil, em Fortaleza. O aluno foi aprovado em três universidades no vestibular de 2014 (Ufrgs, Ufcspa e Unisinos), mas optou por concluir o ensino médio no Câmpus Osório.

Sobre a Febrace

A Febrace é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, realizada anualmente na USP, que tem entre os objetivos incentivar a criatividade e a reflexão em estudantes da educação básica, através do desenvolvimento de projetos científicos, nas áreas de ciências e engenharia.

Saiba mais sobre os projetos nos vídeos disponibilizados no canal do Câmpus Osório no YouTube (IfrsOsoComunicacao).

Gabriela Morél

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