PT deve reafirmar pedido de afastamento de Sarney
Suplicy disse que o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), fará discurso em plenário, às 15h, para reafirmar a posição da bancada pelo afastamento temporário do presidente do Senado. Mercadante afirmou que a saída de Sarney é uma recomendação do que “seria melhor para o Senado”.
Ele acrescentou que a bancada não sentiu, “pelo menos até o momento”, disposição de Sarney de avançar nessa direção. “Portanto, é uma recomendação, não há outro caminho”.
Mercadante responsabilizou o DEM por parte da crise administrativa do Senado. O partido controla a primeira-secretaria, hoje ocupada por Heráclito Fortes (PI), que teve como antecessores os senadores Efraim Moraes (PB) e Romeu Tuma, que trocou a sigla pelo PTB. Cabe ao primeiro-secretário a gestão administrativa da Casa.
“Não vamos aceitar uma atitude oportunista de alguns partidos, como o Democratas, que durante todo o período em que estivemos aqui tiveram uma responsabilidade administrativa imensa”, disse o líder petista.
O senador acrescentou que todas as contratações, inclusive de empresas terceirizadas, licitações, indicações, são de responsabilidade administrativa da primeira-secretaria. Mercadante afirmou ainda que quando o partido propôs uma reformulação administrativa do Senado, com a candidatura à presidência de Tião Viana (PT-AC), o PT perdeu a disputa para outros partidos – entre eles, o DEM – “que queriam a continuidade”.
Mercadante acusou o DEM de dar sustentação ao ex-diretor-geral Agaciel Maia, demitido por Sarney em decorrência de uma série de notícias denunciando irregularidades nos contratos com empresas terceirizadas, por exemplo.
“Perdemos essa disputa, entre eles [partidos que sustentaram a candidatura de Sarney] para o Democratas, que queria a continuidade, que estavam sustentando o senhor Agaciel Maia e outros que estavam na direção do Senado”, afirmou o petista.
O líder do PT disse ainda que, na semana que vem, a bancada apresentará uma série de propostas para a moralização administrativa da Casa. O senador Tião Viana, segundo ele, é quem está preparando os textos com essas propostas. Entre elas, Mercadante destacou a criação de uma lei de responsabilidade administrativa e fiscal para o Senado.