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Repasse federal sofre queda considerável em SAP

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repasse financeiro obtido através da cobrança do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – e do Imposto de Renda é destinado pela União aos municípios proporcionalmente ao índice populacional. Santo Antônio da Patrulha conta com este repasse que representa parcela importante no total de recursos arrecadados pelos cofres do município durante ano.

Com atual conjuntura econômica e a presente crise, esses valores vêm gradualmente caindo e impossibilitando ao município, maior capacidade de investimento.

No comparativo 2006/2007 os repasses a Santo Antônio cresceram 21 % e 2007/2008, cerca de 24%, equivalentes a um orçamento de R$ 45 milhões. Neste ano, a expectativa de crescimento girava em torno de 10%, o que significaria um orçamento de R$ 50 milhões para 2009. Em função da diminuição dos repasses e da crise financeira, o Executivo não alcançará o valor estimado, resultando em um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões até o final do ano.

Segundo o Secretário Municipal de Finanças, Paulo Neves, em 2009 considerando a média de crescimento dos dois últimos anos, a perda do município na receita no fundo de participação, chegou a aproximadamente R$ 2 milhões só no período de janeiro a agosto. Paulo Neves afirma ainda que todo este recurso, em decréscimo, utilizado nas diversas áreas da administração municipal, inviabiliza a manutenção da máquina pública e ainda novos investimentos.

Diante da atual conjuntura o município vem adotando diversas medidas voltadas na redução do gasto público. O prefeito municipal, Daiçon Maciel da Silva, emitiu Ordens de Serviços às secretarias municipais, determinado cortes de horas extras, despesas com telefone, combustível, cursos e diárias. Além disto, o prefeito ordenou a não contratação de novos funcionários e estagiários na tentativa de equilibrar as contas.

No entanto, Daiçon não confirma ainda a necessidade de demissões: “estamos fazendo o possível para não chegar a este extremo. Temos com dificuldades, assim como a grande maioria dos municípios gaúchos, mas não estamos deixando de atender os serviços prioritários. Pedimos a compreensão da população, principalmente no que se refere à manutenção da cidade. O trabalho da Secretaria de Obras, apesar de fundamental, acaba sendo prejudicado diante desta crise, pois os serviços de saúde, educação e assistência social não podem parar, o que nos leva a apertar mais o cinto na pasta que hoje é comandada pelo Dr. Ferúlio Tedesco Neto”.

O prefeito ainda destaca a diminuição da arrecadação do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Deste imposto, 75% ficam para o Estado e os 25% são divididos entre os municípios proporcionalmente a seus índices de retorno.

Só no período de janeiro a agosto de 2009, comparado com igual período de anos anteriores, este repasse teve uma retração de 7%. No período 2006/07 e 2007/08 esta arrecadação chegou a registrar 28% de acréscimo financeiro.

Cerca de 300 prefeitos e vice-prefeitos gaúchos participaram de Assembléia Geral promovida pela Famurs – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, que tratou do tema. Neste encontro foram apontados dados dramáticos da situação financeira dos 496 municípios gaúchos. Só de janeiro a agosto deste ano, os mesmos perderam R$ 98 milhões de ICMS. Já a perda com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), chegou a R$ 71 milhões entre os meses de julho e agosto. Diante disso, os prefeitos aprovaram a Moção Pública de Garantia da Sustentabilidade dos Orçamentos Municipais, proposta pela FAMURS.

Os prefeitos do Rio Grande do Sul não desistem de lutar pelo aumento de repasses. Nos dias 16 e 17 de novembro, uma nova Marcha – 1ª Marcha Gaúcha em Defesa dos Municípios, promovida pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, no auditório da Assembléia Legislativa. Segundo o presidente da FAMURS, Marcus Vinícius de Almeida, “da mesma forma que é realizada, todos os anos, a Marcha a Brasília, com uma pauta nacional de reivindicações dos Municípios ao governo federal e Congresso, estaremos promovendo uma aqui no Estado, envolvendo os três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário”.

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