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Rio Grande do Sul registrou o dia mais quente de sua história

Rio Grande do Sul: O último domingo (27) foi de calor intenso nas cidades gaúchas.

Apesar de o calorão não ser novidade no Estado, a temperatura bateu recorde histórico.

Em Uruguaiana os termômetros chegaram a 42,9°C na estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia.

Essa é a maior máxima já registrada oficialmente no RS desde o começo das medições regulares há 110 anos.

Segundo a MetSul Meteorologia, a máxima deste domingo superou os recordes anteriores de 42,6ºC em Alegrete em 19 de janeiro de 1917 e em Jaguarão em 1° de janeiro de 1943.

Além disso, a temperatura é um recorde para fevereiro no Estado.

E, ainda, superou as máximas em fevereiro e qualquer outro mês do ano em Uruguaiana, batendo as marcas de 42,2°C de 1986 e 42°C de 1943.

os recordes de calor que perduraram por décadas e caíram agora em 2022 foram estabelecidos no Rio Grande do Sul quando o mundo lutava a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desde então, conforme os dados disponíveis (Santa Rosa estava sem dados oficiais na onda de calor de janeiro de 2022), jamais se anotou máxima tão alta quanto a de hoje no estado gaúcho em estação oficial.

A onda de calor de 1917

Em 1917, quando da intensa onda de calor que afetou o Rio Grande do Sul, um dos principais diários do estado era o jornal A Federação. Fundado em 1º de janeiro de 1884 em Porto Alegre, a publicação circulou até o ano de 1937.

O jornal, um órgão do Partido Republicano Rio-Grandense, tratava de questões políticas e notícias gerais, além de anúncios que no século XIX ofereciam escravos.

O estado vivia no período uma severa estiagem, conforme os jornais da época. Em janeiro de 1917, o jornal A Federação noticiava que a seca era “assustadora” em Arroio Grande.

Já o noticiário por telex que vinha de Pelotas dava conta que continuava “a se fazer sentir a seca em todo o município de maneira extraordinária”.

Calor de janeiro de 1943

Assim como em 1917, em 1943 o verão começou com uma grave seca no Rio Grande do Sul. Os jornais da época estavam repletos de relatos e balanços de perda no campo por todas as regiões gaúchas com reportes de falta de água, lavouras destruídas e prejuízos imensos pela falta de chuva no interior gaúcho.

No mesmo dia em que Jaguarão anotou 42,6ºC, a cidade de Porto Alegre teve 40,7ºC de máxima que permanece como recorde oficial até os dias atuais desde o começo das medições em 1910. O dia mais quente da história de Porto Alegre, conforme as medições oficiais, se deu em meio à Segunda Guerra Mundial.

Ainda segundo a MetSul, o calor extraordinário de Uruguaiana não se repetiu em outras regiões gaúchas pela presença de muitas nuvens altas e médias que se formavam com o calor e com a presença de áreas de instabilidade trazendo chuva no Sul do Estado desde cedo da manhã.

Em Uruguaiana, em particular, pelas imagens de satélite, o tempo ficou mais aberto e permitiu o recorde de calor histórico.

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