RS emite alerta epidemiológico sobre a monkeypox e institui Centro de Operações de Emergências

Paciente com lesões na pele provocadas pela varíola do macaco, na República Democrática do Congo © CDC/BRIAN W.J. MAHY

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) publicou, nesta quarta-feira (10/8), um alerta epidemiológico sobre a situação da monkeypox no Rio Grande do Sul e institui um centro de Operações de Emergências (ver abaixo).

O documento reforça as medidas de vigilância epidemiológica a serem adotadas pelos serviços de saúde, tanto da rede pública quanto da rede privada, incluindo laboratórios e Vigilâncias Epidemiológicas municipais.

Entre as ações apontadas pela publicação estão a comunicação imediata dos casos suspeitos por parte dos profissionais de saúde às respectivas secretarias municipais de Saúde e à Secretaria Estadual da Saúde (SES); a coleta de amostras para confirmação diagnóstica em laboratório; rastreamento e monitoramento dos contatos do caso suspeito; e isolar o paciente.

Para acompanhar a situação da doença, a SES instituiu, nesta quarta-feira (10/8), o Centro de Operações de Emergências (COE) da monkeypox no Rio Grande do Sul.

Até a data, foram confirmados 29 casos no Estado, distribuídos em 14 municípios, e há 64 em investigação.

No Brasil, até o momento, são 2.415 casos confirmados e foi declarada transmissão comunitária da doença (quando não há como definir uma cadeia de transmissão do vírus).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de Saúde Pública de Importância Internacional em 23 de julho.

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Neste ano, é a primeira vez que a transmissão acontece em vários continentes, sem vínculo com viagens à África, região considerada endêmica, onde o vírus já circula há algumas décadas.

Instituído Centro de Operações de Emergências para acompanhamento da monkeypox no Estado

A Secretaria da Saúde (SES) realizou nesta quarta-feira (10/8) a primeira reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) para o monitoramento e acompanhamento da monkeypox no Rio Grande do Sul.

O grupo reúne diferentes entidades e representações de áreas de gestão, de universidades e de áreas da saúde.

A partir de encontros periódicos, temas e ações quanto ao enfrentamento à doença serão discutidos e deliberados.

Um dos pontos apresentados pela SES, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), foi o trâmite em finalização para a publicação do plano de contingência.

Com previsão de divulgação para os próximos dias, o documento será a referência para as ações do Estado e dos municípios. O objetivo é oferecer aos profissionais e gestores informações estratégicas de contenção, controle e orientações para lidar com a emergência.

Entre os que compõem o COE, além de áreas da SES, estão representantes de sociedades gaúchas de dermatologia, infectologia, pediatria, associação de medicina da família e comunidade, conselhos estaduais de enfermagem e de farmácia, Ministério Público, Conselho Estadual de Saúde, Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS), entre outros.

A doença

Até o dia 9/8, o Rio Grande do Sul havia registrado 29 casos confirmados de monkeypox.

Neste ano, é a primeira vez que a transmissão acontece em vários continentes, sem vínculo com viagens à África, região considerada endêmica, onde o vírus já circula há algumas décadas.

No Brasil, já são mais de 2,4 mil casos (em 21 Estados), sendo 1,7 mil casos somente em São Paulo.

O quadro clínico do atual surto é caracterizado por sintomas de erupções cutâneas localizadas, por vezes em apenas uma parte do corpo.

Não há, até o momento, relato de transmissão por assintomáticos ou em período de incubação (tempo entre o contágio e o início dos sintomas, que pode variar de 5 a 21 dias).

A transmissibilidade se estende até a cicatrização completa das lesões.

O contágio acontece pelo contato direto com as lesões da pele ou com objetos contaminados. A transmissão também pode ocorrer por gotículas respiratórias em contatos próximos.

Por isso, todo caso suspeito dever ser isolado, realizado teste laboratorial e notificado.

Na ausência de complicações ou fatores de risco (como imunossupressão ou gravidez), o isolamento pode ser cumprido em domicílio, com os devidos cuidados do paciente com os demais coabitantes.

A duração deve ser até a queda das crostas da pele e cicatrização das lesões. Durante esse período, a vigilância do município permanece em contato com a pessoa para o monitoramento.

Profissionais da Atenção Básica podem contar com o suporte do Telessaúde-RS para orientações e discussão dos casos, pelo telefone 0800-644-6534 (destinado exclusivamente para profissionais da saúde).

Mais informações também estão disponíveis no site da SES, em saude.rs.gov.br/monkeypox.

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