Rússia apóia suspensão de sanções dos EUA a norte-coreanos
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, apoiou hoje a reivindicação da Coréia do Norte de que os Estados Unidos suspendam suas sanções unilaterais a Pyongyang como condição para a retomada das negociações de seis lados.
– A resolução dos problemas financeiros entre EUA e Coréia do Norte seria crucial para criar as condições para o reatamento das conversas multilaterais – disse Lavrov em entrevista à agência de notícias kuwaitiana Kuna.
O texto da entrevista foi divulgado pelo Ministério de Exteriores russo, enquanto seu titular realizava consultas com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que conclui em Moscou uma viagem que passou também por Tóquio, Seul e Pequim, centrada na crise norte-coreana.
Lavrov afirmou que o conflito bilateral entre Washington e Pyongyang “surgiu à margem das negociações de seis lados (EUA, Rússia, China, Japão e as duas Coréias) e, portanto, deve ser solucionado independentemente”.
Durante sua reunião com Lavrov, Condoleezza assegurou hoje que Washington “não tem como objetivo uma maior escalada do conflito, mas ao contrário, procura sua distensão”. Condoleezza insistiu em que o primeiro teste nuclear realizado por Pyongyang, no último dia 9, representa “uma grave provocação, que ameaça a paz internacional, em particular a paz e a segurança na Ásia oriental”. Lavrov – cujo país e a China são os únicos dois aliados da Coréia do Norte – insistiu, por sua vez, na necessidade de não encurralar o regime de Pyongyang com sanções, para deixar a porta aberta ao reatamento do diálogo.
Da mesma forma que os chineses, Lavrov defendeu a necessidade de uma solução negociada mediante a retomada das conversas de seis lados, que a Coréia do Norte abandonou em novembro de 2005 em resposta a uma série de sanções financeiras dos EUA.
O chefe da diplomacia russa se mostrou também contrário a reconhecer a Coréia do Norte como potência nuclear após o teste atômico realizado pelo regime de Pyongyang no último dia 9, condenado internacionalmente.