Saúde sucateada: hospital de Osório apresenta sérios problemas e população sofre com situação
Com parte de sua estrutura em reforma, enfermos esperam horas pelo atendimento nos corredores, muitos em pé, devido a falta de acomodações.
Em um dos casos acompanhados pelo Litoralmania, uma mulher de 54 anos se queixava de fortes dores no tórax. Chegou ao local às 14h30min, sendo atendida somente às 18h30min. Foi medida sua pressão, constada que estava completamente alterada – provavelmente pela dor. Feita a medicação, pediram que a senhora aguardasse para o médico lhe dar um diagnóstico.
Por volta das 21h30min, sete horas após ter chegado ao local, à paciente pediu providências com o seu caso, pois estava sentada ali sem informação alguma. Para surpresa geral, a ficha da mulher havia sido perdida, a equipe médica já havia sido trocada e ninguém sabia qual a situação da paciente. Uma técnica de enfermagem bastante atenciosa tentou ainda refazer o cadastro e encaminhar novamente para o atendimento, mas a mulher já cansada preferiu medir novamente a pressão, e ao sentir que estava um pouco melhor, foi embora, mesmo ainda sentindo dores.
Em outra situação, um bebê com menos de 10 dias, no colo de sua mãe, esperava, no meio de diversas outras crianças e adultos doentes, sua ida para tratar de amarelão, bastante comum em recém nascidos.
Por cerca de três horas, a mãe o bebê permaneceram em uma sala, com uma situação bastante propícia para que o recém nascido pudesse adquirir uma doença muito mais séria do que estava ali para tratar. Para completar a caótica situação, a mãe possuía a chave do quarto de seu leito, no entanto não podia ir até o local com seu filho, pois não havia ninguém para acompanhá-la.
Precisou o pai da criança que é advogado, trazer o pediatra particular do recém nascido, ingressar no local e resolver a situação. O médico chamou uma funcionária do hospital, explicou a situação e a criança finalmente foi encaminhada para o tratamento.
Vale ressaltar que nos dois casos relatados acima, as pessoas tinham convênios particulares de saúde.
Em mais um caso da situação grave que enfrenta a instituição, um senhor de 78 anos, morador da localidade de Aguapés, chegou ao local gritando de dor. Em tratamento contra um câncer de próstata, o enfermo não conseguia urinar e agonizava pelos corredores.
Foi medida sua pressão, na qual foi constada que estava alterada. Como havia um caso mais grave sendo atendido na emergência, foi pedido que o homem aguardasse. Por mais de 30 minutos, ele percorria de um lado para outro no corredor, agonizando de dor.
Em certo momento, acabou urinando em plena sala de observação (foto), aliviando por momentos sua situação. “Consegui urinar um pouquinho, agora aliviou”, disse ele ao Litoralmania.
A reportagem do Litoralmania foi embora e o homem havia feito um diagnóstico com o médico, mas até a o momento nenhuma medicação lhe fora concedida.
Os casos acima apenas confirmam as inúmeras denúncias que o Litoralmania vem recebendo há bastante tempo contra o Hospital São Vicente de Paulo.
Outra reclamação bastante comum é que pessoas com convênios de saúde, não tem vantagem alguma e são atendidos simultaneamente com pacientes do SUS.
A reportagem do Litoralmania também flagrou guardas de uma empresa de vigilância que fazem a segurança do local, procedendo em informações médicas, comentando com os familiares de enfermos a situação dos doentes.
O Litoralmania entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Instituição e aguarda a versão oficial sobre os fatos relatados.