Senadores devem repassar à Câmara decisão sobre uso de internet em campanha
A ideia dos senadores, entretanto, é jogar esse debate político para a Câmara dos Deputados, que dará a palavra final sobre a liberação das campanhas na rede virtual. Mercadante argumentou que, caso o Senado aprove o fim do controle de campanhas pela internet, “será mais difícil para a Câmara aprovar as restrições”.
“Acho que é absolutamente impossível qualquer controle da internet“, afirmou Sarney ao chegar em seu gabinete. Já Mercadante ponderou que o texto elaborado pelos relatores da matéria sobre o assunto, Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), é mais ameno do que as regras estabelecidas pela Câmara.
Caso seja aprovada a emenda de Mercadante na votação prevista para hoje dos destaques de proposta da nova lei eleitoral, os deputados terão que decidir se retomam o texto original da Câmara ou se vão manter a alteração dos senador. O Artigo 57-D, aprovado pelos deputados sobre o tema, estabelece como parâmetro para empresas de comunicação social com páginas na internet e, também, provedores, as regras eleitorais previstas para rádio e televisão.
Essas regras foram consideradas extremamente restritivas pelos senadores, uma vez que proíbem a veiculação na rede, “ainda que sob a forma de entrevista jornalística”, de imagens de realização de pesquisa ou de qualquer tipo de consulta popular de natureza eleitoral que permita identificar o entrevistado. Entre outras coisas, o texto da Câmara também proíbe a veiculação de propaganda política ou manifestação de opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação.
No Senado, o novo texto de reforma eleitoral amenizou as regras estabelecidas pelos deputados. Na CCJ, foi aprovado o parecer dos relatores que possibilita a veiculação de debates sobre as eleições na internet às empresas de comunicação social e aos provedores .
Os senadores também liberaram qualquer manifestação, durante as campanhas, em instrumentos como blogs de autoria devidamente identificada, rede social, sítios de interação e de mensagens instantâneas como o twitter por exemplo, já frequentemente usado pelos políticos. A proposta, no entanto, ressalva o direito de resposta por parte do candidato que se sentir ofendido.
José Sarney também conversou com lideranças partidárias para aprovar o destaque do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que determina eleições diretas para casos de cassações de quem tem cargo majoritário a qualquer momento do exercício do mandato. O texto aprovado prevê que as eleições seriam realizadas apenas se a cassação ocorrer até a metade do exercício do mandato. Caso contrário, será feita eleição indireta.