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Sete fumantes passivos morrem por dia no país, mostra estudo

Pelo menos sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. O dado é uma das constatações do estudo “Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana no Brasil”, realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com a pesquisa, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil. É a primeira vez que um estudo desse gênero é realizado no país.

A maioria das mortes (60,3%) dos fumantes passivos no Brasil ocorre entre as mulheres. O dado consta no estudo “Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana no Brasil”, realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, explica que esse número é porque os homens fumam mais do que as mulheres, principalmente nas faixas etárias mais elevadas. O fumo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

A pesquisa não levou em conta as mortes provocadas pelo fumo passivo no ambiente de trabalho. Segundo o Inca, pessoas que trabalham onde é permitido fumar respiram o equivalente a dez cigarros por dia.

O levantamento estimou a proporção de óbitos considerando apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais.

O objeto da pesquisa foi a população adulta, acima de 35 anos, e de 15 capitais do país. Ficaram de fora dessa estimativa pelo menos 40% dos óbitos, que acontecem na área rural, e outras causas de morte possivelmente associadas ao fumo passivo, como a síndrome da morte súbita da infância e doenças respiratórias crônicas.

Também não entraram na pesquisa os abortos provocados pelo tabagismo e morte súbita na infância. Para calcular a estimativa, os pesquisadores usaram uma fórmula matemática, considerando que, de cada 1 mil mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 podem ser atribuídas à exposição passiva da fumaça do tabaco.

No caso das doenças isquêmicas, a proporção é de 25 para 1 mil, e de 7 para 1 mil na incidência de câncer de pulmão.

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