Solidariedade
É comum falarmos em solidariedade e manifestando-a através de contribuições em dinheiro. Acreditando ser esta uma importante solução. Como isso pode ser importante, se viramos a cara quando passamos por um mendigo que nos estende a mão? Se ficamos indiferentes ao ver nos noticiários famílias vivendo em barracas em condições desumanas? Se mudamos de canal quando passam imagens de crianças desnudas e desnutridas nos países de 3º mundo?
Estamos em um estado letárgico que nos aprisiona, endurece e embrutece. É verdade que pouco podemos fazer para inverter a situação em que o mundo se encontra, mas podemos ser solidários com o pequeno mundo que nos rodeia, um mundo menor que se cinge ao nosso campo de ação no nosso dia a dia… E que mundo tão vasto esse… cheio de situações difíceis que basta um olhar mais aguçado para percebermos o quão necessitado de um gesto nosso está o nosso próximo. Grande parte das vezes um simples gesto faz uma grande diferença na vida destas pessoas.
O que é, afinal, a solidariedade? Tenham a certeza que não se trata de um sinônimo moderno para voluntariado. Esta forma de ação é, na verdade, um de seus produtos. Também não é caridade, compaixão ou assistencialismo. Na verdade, vai além de tudo isso. Solidariedade é enxergar as pessoas como um todo. Interessar-se pelos outros tentando fazer algo por eles. Não é um sentimento, mas sim, uma postura diante da vida, uma disposição para se colocar como alguém que não está sozinho.
É solidário aquele que trabalha como voluntário numa associação de solidariedade social um ou mais vezes por semana, sem receber nada; é solidário aquele que procura alegrar uma tarde de um Lar de Idosos ou de um Jardim-de-infância; é solidário aquele que estende a mão sem olhar a quem; é solidário aquele que empresta um livro sem mesmo o ter lido; é solidário aquele que encaminha um jovem desconhecido para um Centro de Recuperação para Toxicodependentes; é solidário aquele que divide o pouco que tem para aquele que necessita; é solidário aquele que socorre um mendigo embriagado caído no chão e chama a ambulância; é solidário aquele que ouve os desabafos arrependidos de alguém que errou muito na vida, sem o julgar; é solidário aquele que perdoa; é solidário aquele que pensa sempre no próximo, antes mesmo de pensar de si mesmo. É importante que consigamos perceber as causas das dificuldades que os outros enfrentam e refletir sobre o direito de todos a uma vida mais humana, digna e justa.
Abaixo coloco a foto de um grupo de moradores de Quintão que há mais de 5 anos trabalha em uma ação social que alivia a fome de muitas famílias. Todas as quartas feiras, organizam em frente a supermercados postos de arrecadação de produtos alimentícios para a confecção de um sopão que é doado para as pessoas carentes. Mas, não se trata de uma simples entrega do sopão, há um trabalho de conscientização, valorização e aumento da auto estima.
Outro caso é o da moradora e comerciante Helena. Ao participar de uma reunião onde a prefeitura comunicava que estaria fechando o ginásio de esportes da comunidade no período noturno, não teve dúvidas, se prontificou em trabalhar como responsável voluntária três vezes por semana das 17 às 23 horas, cuidando do local. Este trabalho voluntário é vital, pois sem responsável pelo espaço o local ficaria fechado e a comunidade não poderia usufruí-lo. O que seria lamentável porque é o único local fechado para a pratica de esportes que a comunidade de Quintão pode usar.
Há também pessoas trabalhando na área de esportes, (Zuba, Jorge, Pachequinho) que trabalham com grupos de crianças, jovens e adultos na prática de esportes. São pessoas que doam seu tempo em desprendimento para a comunidade. Ocupam o papel que o poder público poderia e deveria estar fazendo.
São ações que fazem uma diferença na vida de pessoas que em algum momento estejam necessitando de uma mão amiga.
Aqui vai um pedido meu, faça a sua parte, às vezes basta um gesto!