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Educação

Suepro discute o futuro do ensino técnico no Rio Grande do Sul

O ensino médio integrado é apontado como alternativa para a educação profissional no Rio Grande do Sul. Esta foi a conclusão dos palestrantes do miniseminário promovido pela Superintendência de Educação Profissional (Suepro), da Secretaria de Estado da Educação. O evento, que ocorreu na tarde desta quarta-feira (30), no Auditório Paulo Freire do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), contou com a participação do secretário da Educação, José Clóvis de Azevedo, do superintendente da Suepro, professor Pedro Luiz Maboni e dos panelistas convidados Gaudêncio Frigotto, Acácia Kuenzer e Gabriel Grabowski.

O secretário destacou a importância da busca de soluções concretas para as demandas do ensino técnico no Rio Grande do Sul. O superintendente da Suepro, Pedro Luiz Maboni, apresentou um quadro da educação profissional no Estado. Os cursos que mostram os melhores indicadores de desempenho são aqueles localizados nas regiões com maior desenvolvimento econômico, o que exige uma política para qualificar o conjunto das escolas gaúchas.

Atualmente, o Estado conta com 151 escolas com cursos técnicos, sendo que 112 oferecem ensino fundamental, médio e técnico, 34 ensino médio e técnico e cinco exclusivamente profissional. Maboni destacou a necessidade de discutir-se currículo e proposta pedagógica desejadas e enfatizou a importância de qualificar a infraestrutura das escolas.

Gaudêncio Frigotto, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense, afirmou que os desafios estão em mudar o rumo de políticas que pensam a educação profissional voltada para atender os interesses do mercado e, ao mesmo tempo, articular políticas públicas entre as esferas Estadual e Federal. Para ele, o Ensino Médio Integrado é a modalidade que leva vantagem por integrar Ciências, Cultura, Tecnologia e Trabalho. “O Rio Grande do Sul tem uma malha cultural que pode fazer a diferença”. Já Gabriel Grabowski, presidente da Associação de Escolas Superiores de Formação Profissional no Rio Grande do Sul, afirma que o momento é de ousar, política e pedagogicamente. “Nos últimos 12 anos as matrículas aumentaram de aproximadamente 22 mil para 32 mil. É preciso dar saltos qualitativos em relação à educação profissional do Estado”.

Os palestrantes convergem para o ponto de que a modalidade de Ensino Médio Integrado pode ser a melhor alternativa para o Rio Grande do Sul visando à ampliação das vagas e a qualificação do ensino e da qualidade da formação do técnico, no curto prazo, na medida em que oferece mais vagas para o ensino médio e para o técnico de forma concomitante. “Um programa integrado responde com mais qualidade e rapidez”, resume Acácia Kuenzer, professora da Universidade Federal do Paraná. Para ela, é fundamental que se estabeleçam políticas públicas a partir de estatísticas. “É preciso olhar a prática para definir políticas”, destaca.

A prática, em âmbito nacional, explica Acácia, diz que a última década apresentou crescimento negativo de 8,4% no acesso ao Ensino Médio. Do total de matriculados, 58,4% são brancos e 37%, negros; 50% dos alunos têm até 17 anos; outros 50%, a partir dos 18 anos, migram para as turmas noturnas; 85% das matrículas estão nas redes estaduais”, salienta. A modalidade de ensino médio integrado significa a articulação entre as matérias de formação geral com os conteúdos técnicos, possibilitando uma formação crítica e uma visão ampla da realidade em que o aluno esta inserido.

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