Surfistas e familiares realizam protesto por mortes em redes de pesca
Durante a manifestação, carregada de emoção, os familiares e amigos dos surfistas vítimas das redes de pesca pediram que os deputados acelerem a votação do projeto de lei número 113/2010, apresentado por Luis Fernando Zachia, que encampou a iniciativa após a saída de Sandro Boka para buscar a reeleição ao legislativo.
Após o ato em frente à Assembléia, os manifestantes se dirigiram até o Ministério Público Estadual para protestar e pedir providências para que mais mortes não ocorram na costa gaúcha. O Rio Grande do Sul é o único lugar no mundo que ainda registra este tipo de ocorrência. Em todas as outras praias do planeta em que o Surf é praticado os pescadores não utilizam redes presas a cabos fixos oferecendo riscos para a vida dos atletas. Outro problema que assola o Estado é a falta de Salva-Vidas, principalmente nos finais de semanas e feriados prolongados, épocas de maior concentração de público nas beiras de praias.
Uma comissão formada por representantes dos atletas, familiares, Salva Vidas civis, políticos e membros da FGSurf foram recebidos pelo subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski e pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Ordem Urbanística e Questões Fundiárias do Ministério Público, a promotora Lisandra Demari, que ouviram relatos emocionados de mães de vítimas das redes de pesca. “O que posso lhes assegurar é que o Ministério Público vai tomar uma atitude em relação a esses tristes episódios”, afirmou Ziomkowski, que ressaltou aos participantes que será agendada uma reunião com os Promotores de Justiça do Litoral para definição das medidas cabíveis. Uma das hipóteses é que um inquérito civil regional seja instaurado, objetivando decisões uniformes para todos os municípios. Em relação às redes fixas, Ziomkowski explicou que a proibição desses equipamentos passa por uma questão judicial, não podendo ser definida exclusivamente pelo MP.
Já o presidente da Federação Gaúcha de Surf, Orlando Carvalho, falou sobre soluções concretas para o problema. “Acreditamos que somente tirando os cabos das praias do RS teremos segurança. Não queremos tirar o trabalho ou o sustento de ninguém, mas encontrar alternativas até mais rentáveis para os pescadores que a colocação de redes de cabos fixos. A solução pode ser a utilização de botes para que os pescadores coloquem suas redes em alto mar, ou pelo menos mais longe da rebentação onde os atletas surfam. Com estes botes a possibilidade dos pescadores capturarem peixes de valor agregado é muito maior e elimina os riscos de morte de surfistas. Seria a paz no nosso mar”, finalizou.
Esta manifestação pública integra o conjunto de ações que o Programa Praia Segura, Surf Legal, que a FGSurf desenvolve no Rio Grande do Sul com apoio de diversas entidades. O programa trabalha em diferentes eixos temáticos buscando a Educação, Segurança, Lazer e promoção dos esportes náuticos.
A próxima manifestação pública está marcada para domingo (14/11), às 15 horas na Plataforma de Atlântida, no Litoral Norte. Será promovido um protesto pedindo mais segurança para surfistas, banhistas e famílias nas praias do Estado. O grupo de manifestantes busca conscientizar as autoridades, veranistas e moradores, do descaso e falta de investimentos em segurança, um direito de todos.