Tomar pílula anticoncepcional por período curto reduz risco de câncer

Tomar a pílula anticoncepcional por um curto período de tempo reduz as possibilidades de contrair câncer, mas seu consumo prolongado pode aumentar os riscos, segundo um estudo publicado hoje na revista científica British Medical Journal. A análise foi feita por especialistas da Universidade de Aberdeen (Escócia) e é considerada uma das mais detalhadas sobre o anticoncepcional oral. O grupo analisou dados acumulados por 36 anos.

Os pesquisadores concluíram que as mulheres que tomaram a pílula por pouco tempo tinham 12% de redução de chances de desenvolver câncer no útero, no ovário e no reto.

Mas a pesquisa descobriu que uma minoria de mulheres que tomou a pílula durante mais de oito anos tinha um sério risco (22%) de desenvolver todas as formas de câncer, em particular o uterino.

Segundo o professor que coordenou o estudo na universidade, Philip Hannaford, as conclusões da análise vão tranqüilizar as mulheres e seus médicos.

Método

Os acadêmicos analisaram dados clínicos de 46 mil mulheres, casadas ou em relações estáveis e com uma idade média de 29 anos, que em 1968 aceitaram fazer parte da longa pesquisa.

A saúde destas mulheres foi acompanhada de perto até 2004, e ficou registrado qualquer tipo de câncer que elas desenvolveram nesse período de tempo.

Dessa forma os professores da Universidade de Aberdeen analisaram os dados acumulados, que correspondem a um período de 36 anos, para chegar às conclusões.

No Reino Unido, cerca de três milhões de mulheres tomam a pílula todos os anos, e em todo o mundo esse número gira em torno de 100 milhões. Estima-se que mais de 300 milhões de mulheres tomaram o anticoncepcional oral desde o seu lançamento em 1961.

A organização beneficente “Breast Cancer Care”, que ajuda mulheres com câncer de mama, elogiou a pesquisa.

– As conclusões deste estudo serão bem-vindas por milhares de mulheres no Reino Unido que usaram, ou estão atualmente usando, o anticoncepcional oral. Ao falar com as mulheres por meio da nossa linha telefônica de ajuda, sabemos da ansiedade que a pílula causa.

Esta nova pesquisa vai tranqüilizá-las, mas pedimos às mulheres que façam o auto-exame no seio, para conhecer seu aspecto normal e informar ao médico sobre qualquer mudança que não seja natural – disse a enfermeira Maria Leadbeater, que trabalha para a organização.

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