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Um mico do tamanho da África

Um mico do tamanho da África
A vitória do Mazembe  sobre o Internacional de Porto Alegre – time pequeno sempre precisa de algo que o identifique – é o maior mico da história do futebol gaúcho e provavelmente um dos maiores do futebol brasileiro. Em verdade não foi um mico, mas um macacão, um King-Kong. O colorado foi vergado, achocolatado e humilhado aos olhos de milhões de telespectadores mundo a fora, por um time que ninguém conhecia, quase amador. Para falar a verdade ninguém sequer sabe onde fica o Congo, país de origem do time que tem como símbolo um crocodilo. O colorado jamais vai esquecer o Congo e o Mazembe de Kabangu, Kaluyituka e Kidiaba. Este último, aliás, ficará para sempre gravado na retina colorada. A dancinha do goleiro em comemoração aos gols do Mazembe é a suprema humilhação colorada em Abu “Não” Dahbi.

Mazembe!

Antes do jogo só se ouvia falar do “Dale”. Era Dale pra cá, Dale pra lá. Não sei por que o argentino pipoqueiro desapareceu da boca dos repórteres e dos colorados após o jogo. Diga-se de passagem, não sei se ele estava no estádio.

Kabangu!

Foi a primeira vez na história que um time africano chegou a uma final de mundial interclubes. Graças a quem? Ao colorado, o super-time que a imprensa gaúcha festejou durante os quatro meses pós-Libertadores. Um timaço que iria vergar a Internazionale de Milão, que se ouvia dizer andava mal das pernas. A Internazionale, esse sim um time internacional, que de italiano só tem o nome, jogou e venceu o mundial sem fazer muita força. Após a final, o Mazembe mostrou ao mundo todo o amadorismo e inocência de seu futebol, os jogadores mais pareciam torcedores da Inter do que atletas. Ainda em campo aproveitaram para tirar fotos com as estrelas do futebol europeu e novos campeões do mundo.

Kaluyituka!
 
A supremacia continua gremista, único time gaúcho invicto em mundiais. O Grêmio só perdeu para o Ajax – composto em sua maioria por jogadores da seleção holandesa da Copa do Mundo de 94 e que estava a mais de um ano invicto – nos pênaltis. E após jogar quase todo o jogo com 10 homens em campo. Terceiro lugar após perder para o Mazembe e vencer um time da Coreia do Sul é como ser campeão do campeonato estadual de futebol de botão, não vale nada.

Kidiaba!

O tricolor é campeão e vice do mundo, FIFA. Sim FIFA! Essa história de que só o Internacional é campeão FIFA é mais uma peça pregada pelo marketing colorado. A FIFA não só reconhece as finais anteriores a 2005, como em 1983 concedeu ao Grêmio – e outros times brasileiros posteriormente – a taça World Cup FIFA. Chega dessa baboseira de “campeão FIFA”. Ok “Fiasco FIFA”?
 
Ninguém pode reclamar
Os colorados já ganharam seu presente de Natal pelo Papai Mazembe. Mas calma, há presente para todos, inclusive para quem votou no PT. E para que não votou também, afinal todos marchamos com essa: o congresso aprovou em votação relâmpago – ai eles sempre se superam – o aumento do salário para o próximo ano. Aumento de 61,38% para senadores e deputados, 133,96% para o presidente e 148,63% para o vice-presidente e ministros de estado. Para aprovar uma miséria de aumento aos aposentados se debatem durante um ano…
 
No RS a governadora não enviou para a Assembleia um aditivo ao projeto que previa aumento para os futuros cargos do governo Tarso, que subiriam em alguns casos de R$ 1.800,00 para R$ 4.000,00. O futuro governador e companheiros não gostaram nem um pouco do que fez Yeda.

Apesar das duras críticas, principalmente da oposição, parte do funcionalismo público, notoriamente o setor com mais regalias no sistema burocrático brasileiro e também o mais chorão, o governo Yeda deixa em caixa para o futuro governo algo em torno de R$ 3,6 bilhões. Nunca um governo gaúcho tinha deixado tanto dinheiro para a gestão seguinte. O governo de Olívio Dutra, por exemplo, deixou os cofres zerados – para não dizer raspados. Aquela foi a primeira vez na história que o Tribunal de Contas do Estado não aprovou as contas de um governo gaúcho. Tudo deu em nada, como sempre.

Um dos fatores positivos do atual governo foi o aumento da arrecadação em 60% tendo o Estado, ao contrário do que se propagou na campanha eleitoral petista, crescido mais do que o país no último ano. Quem assume o Banrisul é o mesmo cidadão a ocupar o cargo no governo Olívio. Vamos aguardar e fazer as contas.

Também é interessante anunciar que com a companheira Dilma na presidência, antigos camaradas estão de volta ao governo: o homem do “escândalo do caseiro” assume a Casa Civil, que a meu ver deveria ter outro nome, a “Casa da Mãe Joana” seria mais apropriado. Parece que as coisas não mudaram muito desde que éramos colônia dos gajos…
 
Natal furaha kwa wote!*

*um feliz Natal para todos, em suaíle, uma das línguas faladas no Congo

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