Um semana semana sem hospital em Osório. Veja como está a situação
O delegado da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Luis Genaro Figoli, lembra que no momento do incidente havia 77 pacientes internados na instituição e outros 40 que aguardavam procedimento de hemodiálise. “Foi necessário realizar a evacuação dos pacientes internados com a rápida mobilização das equipes da Samu 192 dos municípios da região”. Segundo ele, para a transferência dos pacientes também foi acionada a equipe aeromédica do Samu Estadual e o Batalhão de Aviação da Brigada Militar.
“A participação destas equipes que estiveram presentes no município serviu de importante retaguarda para o transporte de pacientes graves”, assinala o coordenador de saúde.
De acordo com Luis Genaro, a operação durou cerca de 40 minutos, quando foram transferidos para os hospitais da região pelo menos 34 pacientes que estavam hospitalizados e necessitavam manutenção de tratamento e observação rigorosa devido à exposição à fumaça.
Para o Hospital de Tramandaí foram 24 pacientes, para o Hospital de Santa Luzia de Capão da Canoa, 2 pacientes, Hospital de Santo Antônio da Patrulha, 4 pacientes, Hospital Nossa Senhora dos navegantes de Torres, 3 pacientes, Hospital Ernesto Dornelles, 1 paciente.
Os outros 40 pacientes que estavam aguardando procedimento de hemodiálise foram transferidos para o hospital de Torres e Vila Nova em Porto Alegre. Outros 5, entre eles familiares e funcionários do hospital, ficaram em observação no Posto de Saúde Central de Osório, tendo recebido alta ao longo do dia.
Paralelamente, foi criado o Gabinete de Gerenciamento de Crise, também no Posto de Saúde Central de Osório, formado por representantes da Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria Municipal da Saúde de Osório, Hospital São Vicente de Paulo, Prefeitura Municipal, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros. Nesta instância é que foram tomadas as decisões sobre o encaminhamento de pacientes e o plano de ação em saúde necessários para a garantia da continuidade do atendimento aos pacientes, funcionários e familiares atingidos.
Plano de Ação
– Transformação do Posto de Saúde Central de Osório em Pronto Atendimento 24 horas para a manutenção do atendimento em urgência e emergência na cidade;
– Mobilização e alocação de profissionais de saúde ( médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de limpeza) do hospital para o posto de saúde
– Criação de uma sala de estabilização com dois leitos de retaguarda no Posto de Saúde Central para acolhimento de pacientes graves
– Realocação das bases do Samu e da prefeitura municipal para o Posto de Polícia Rodoviária Federal de Osório
– Criação de um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) no Posto de Saúde Central para avaliação, acolhimento, e encaminhamentos de pacientes psiquiátricos , familiares e funcionários envolvidos no evento
– Alocação de médicos servidores do Hospital de Osório (gineco-obstetras) para realizarem seus plantões no Hospital de Tramandaí e de Capão da Canoa;
-Alocação de traumatologistas para plantões no Posto de Saúde Central durante 12 horas,
-Alocação de pediatras para realizarem seus plantões no posto;
-Permanência de uma ambulância UTI e equipe de remoção durante 24 horas no Posto de Saúde Central .
-Modificação da referência para estabilização dos pacientes de maior gravidade atendidos pelo Samu em Osório junto à Central de Regulação Estadual das Urgências.
-Os pacientes atendidos no pré-hospitalar de complexidade secundária e terciária passaram a ser imediatamente encaminhados para os hospitais Santa Luzia em Capão da Canoa e Hospital de Tramandaí.
-Pacientes de baixa complexidade foram encaminhados para avaliação no Pronto Atendimento 24horas de Osório.
-Composição de uma equipe extra de suporte básico do Samu de Osório para auxiliar nas transferências de pacientes.
Vistoria técnica
A primeira vistoria realizada por técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) foi realizada no domingo (18), um dia depois do acidente no Hospital São Vicente de Paulo. Foi constatado que não houve dano estrutural no setor e nem avarias nos 36 equipamentos de Hemodiálise. A partir disso, foi instalada uma rede elétrica específica e provisória nestas dependências e a CEEE instalou um transformador na frente do prédio. O hospital contratou um gerador e apresentou o projeto de instalação de rede e adaptação do espaço físico.
Na quinta-feira (22), em nova visita ao local, técnicos do CEVS recomendaram a adequação dos fluxos de esterilização de materiais e tratamento de resíduos hospitalares para viabilizar a volta do serviço de hemodiálise. A vistoria também apontou a necessidade de construção de banheiros para deficientes e de um consultório médico no local.