Uma Razão para chorar
Paralelamente temos recebido noticias que uma parturiente grávida,de gêmeos, teve que viajar quase 500 km para conseguir leito para si e para seus filhos que nasceram prematuros.
A mãe, até hoje, corria perigo de vida. Se, pela não realização dos jogos das Copas no Beira Rio, muitos tem se lamentado , pelo drama desta senhora, o nosso estado deveria estar chorando e o país deveria ser solidário com a nossa dor.
Pois, isto sim é um fato relevante que se sobrepõe as perdas financeiras de entidades ou de grupos. Este fato nos remete para uma profunda reflexão sobre a realidade miserável de nosso povo, da desassistência a que está submetida aquela parte da população que não tem plano de saúde, que não tem cartão de crédito, que por não pertencer a classe política não tem assistência médica pronta e gratuita em hospitais do estado ou em centros de referencias do Rio, São Paulo ou de Brasília.
Para os que tudo tem tudo é fácil é imediato, é instantâneo e gratuito.
Para os desassistidos, para os despossuídos, para os que não têm voz e nunca tiveram vez, neste país, tudo é difícil, tudo é empecilho e até um leito, para receber gêmeos prematuros, fica distante, à muitas horas de viagem e km de distância.
O nascimento que é um motivo de alegria, no Rio Grande do Sul transformou-se em um motivo para chorar em razão do descaso, da irresponsabilidade e da desfaçatez com que agem os gestores da saúde em nosso estado e no Brasil.