Vereador declara ‘guerra’ contra construção de barragem na localidade de Monjolo em Santo Antônio
Nesse sentido, aconteceu na última segunda-feira, dia 25 de junho, uma audiência pública na FACCAT na cidade de Taquara. O presidente do Poder Legislativo de Santo Antônio da Patrulha João Luís Bacana, defendendo os interesses da comunidade patrulhense, principalmente da região de Monjolo e 5º Distrito, esteve presente no encontro que tratou sobre a construção de barragens entre Taquara e Santo Antônio da Patrulha.
A iniciativa de construir as barragens partiu do Governo do Estado, que propôs estudos para construção de várias barragens visando aumentar a vazão e preservar o Rio dos Sinos em períodos de estiagem. Os reservatórios que poderão ser construídos no Rio dos Sinos, resultariam em 2,9 a 45 quilômetros quadrados de áreas alagadas, causando sérios impactos sócio-ambientais, exigindo a retirada de moradores, resultando no pagamento de elevadas indenizações, inundando localidades inteiras.
Durante a 21ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal o vereador João Luís Bacana convidou o Secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano do Rio Grande do Sul Luiz Carlos Ghiorzzi Busato, para comparecer na Câmara de Vereadores com a finalidade de esclarecer à comunidade sobre o processo de construção de barragem, principalmente na localidade de Monjolo. De acordo com Bacana, ficou agendada uma audiência com o Secretário Busato para debater o assunto na próxima terça-feira, dia 3 de julho, em Porto Alegre.
“Os colegas vereadores, prefeito Daiçon (que é o vice-presidente do Consórcio PROSINOS) e vice-prefeito Branquinho, bem como a comunidade estão preocupados com a questão. Santo Antônio da Patrulha não quer barragem, e vamos levar isso até os órgãos competentes”, afirmou Bacana.
Segundo o vereador, ao assumir a Câmara no ano de 2009, já existia a polêmica das barragens. “Na época, após muita polêmica, conseguimos impedir o andamento do processo, no governo Yeda. E agora vamos lutar contra o governo do PT na construção destas barragens”, comentou o presidente.
Bacana lembrou, em seu pronunciamento na tribuna, que a maior área de terra está situada em Monjolo com 2.842 hectares, que será atingida por uma das dez barragens a serem construídas na Bacia do Rio dos Sinos, que fará com que a Guarda Velha suma do mapa, o Monjolo, parte do Campestre, Arroio Grande, Rincão do Herval, parte do Arroio do Carvalho, Passo da Forquilha, Evaristo, Bom Retiro e Travessa 15.
“Vou batalhar até o fim para impedir a construção desta barragem. O processo está em fase de estudos, nada é concreto. A população pode ficar tranquila. Vamos sugerir a construção de mini barragens em cada Município que integra o leito do Rio, não prejudicando tanto essas comunidades. Se for necessário vamos acionar o Ministério Público”, frisou João Luís Bacana.
A adoção da medida oferecerá um controle mais eficaz, evitando a poluição de dejetos químicos e outros agentes poluentes, desde a nascente em Caraá, passando por todos os municípios que integram o Vale dos Sinos até o encontro com Porto Alegre.
Revoltado com a situação, João Luís Bacana recordou que o prefeito de São Leopoldo Ary José Vanazzi, que também é presidente do Consórcio PROSINOS, nunca comparece a nenhuma reunião, mas quer a construção das barragens. “As cidades de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Esteio, Sapucaia do Sul, Campo Bom, não tratam nenhum metro cúbico de esgoto. Os municípios dos Sinos não preservaram seus rios, agora querem destruir a parte mais preservada do Rio dos Sinos, que inicia na nascente”.
Por fim, o chefe do Poder Legislativo patrulhense solicitou aos pré-candidatos a prefeito José Francisco Ferreira da Luz (DEM) e Paulo Roberto Bier (PP) que incluam em seus respectivos planos de governo a defesa da comunidade de Monjolo e região do 5º Distrito, para que não saia à barragem, ou caso seja necessário, saia apenas mini barragens, que atinjam apenas campos.