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Portador do vírus da aids pode ter sido curado

A suposta cura de um portador do vírus da aids após um transplante de medula óssea, feito na Alemanha, foi vista com ressalvas pela comunidade médica.

O doador teria uma mutação genética rara que serve como um escudo contra a doença. A informação correu o mundo após um americano de 42 anos, residente na capital alemã, ter deixado de produzir células do HIV, mas não existe comprovação científica sobre a descoberta.

– A pessoa doadora não tinha o CCR5, o co-receptor que é a porta de entrada do vírus da aids na medula, onde o sangue é fabricado. Mas isso não quer dizer que exista a cura da aids. Trata-se apenas de uma base teórica, que exige detalhada investigação para sua comprovação – adverte o médico infectologista Marcelo Jeffman.

Segundo o professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luciano Goldani, o transplantado foi submetido à quimioterapia antes da cirurgia para destruir todas as células hematológicas contaminadas. Em seguida, o paciente, soropositivo há 10 anos, recebeu a medula com a mutação genética que ajuda a imunizar contra o HIV e não fabricou células novas do vírus.

– O experimento não indica uma cura real. Apenas mostra que podem haver meios possíveis de tentar isolar o vírus – ressalta o médico.

O paciente tinha leucemia e aids e foi transplantado intencionalmente para o experimento. Há dois anos, ele não apresentaria anticorpos do HIV e teria se curado do câncer que tinha. A cirurgia ocorreu na clínica universitária Charité, em Berlim, na Alemanha.

O caso

> O paciente recebeu transplante de medula óssea de um doador que tinha resistência genética ao HIV.

> Segundo os pesquisadores de Berlim, o homem que sofria de leucemia e aids não apresentaria nenhum sinal de ambas as doenças desde o transplante, que ocorreu há dois anos.

> Mesmo assim, os médicos temem que o vírus ainda possa voltar. Eles afirmam que não podem excluir a possibilidade de que o HIV ainda esteja no corpo do paciente.

> O caso ainda não foi publicado cientificamente

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