Comissão confirma irregularidades na penitenciária de Osório
Na recepção do presídio, segundo o deputado, já é possível sentir o odor forte de esgoto e dentro do complexo a situação é caótica. Segundo Marcon, a cozinha é a extensão de uma pocilga, pois o esgoto corre à céu aberto junto dos alimentos – alguns já estragados – e das panelas.
O parlamentar também confirmou que ao lado das celas, os excrementos e o esgoto são jogados livremente, e os apenados que fazem a limpeza parcial do local o fazem sem qualquer proteção.
Os agentes confirmaram que trabalham com apenas quatro servidores por turno em cada módulo, onde deveria haver no mínimo sete. Nas celas há de seis a sete detentos onde deveria haver apenas dois, ocasionando a falta de colchões e de cobertores.
O vereador Denilson da Silva do Partido dos Trabalhadores de Osório informa que 40% dos apenados são do município de Tramandaí e que esses poderiam cumprir parte da pena na sua localidade de origem, porém, segundo ele, a cidade vizinha não aceita construir um presídio semi-aberto, desafogando a modulada de Osório. “Osório arca sozinho com despesas hospitalares do contingente da penitenciária, mesmo que 10% dos presos sejam oriundos de Osório”, reclama Denilson.
A promotora Cristiane Della Méa Corrales, da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Osório entregou relatório (of.nº101/2009 ) ao deputado, elencando sete itens graves levantados pela promotoria sobre às condições da modulada de Osório (superlotação, falta de efetivo, falta de material de higiene, falta de equipamentos de segurança para os servidores, inexistência de assistente social e sistema de esgoto subdimensionado).
O deputado Marcon encaminhará ofício para a Fundação de Proteção Ambiental denunciando o despejo irregular de esgoto, notificará ao Ministério da Justiça os casos de omissão e negligência do Estado como o sistema penitenciário gaúcho e vai enviar denuncia aos organismos internacionais de Direitos Humanos.