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2012, Maias, Astros e Guerras

Reza lenda que o mundo acabará em 2012. O ano de 2012 conjuga em si  uma série de crenças e teorias escatológicas de que alguns eventos cataclísmicos poderão ocorrer em 21 de dezembro de 2012, data essa considerada o final de um ciclo dentro do Calendário de Contagem Longa Mesoamericano, que se atribui ao povo Maia. Apesar de muitas objeções, muitos, assim como os Maias, acreditam na influência dos astros regendo a vida na terra.

Acontece que essa semana tivemos uma prévia de algumas notícias ruins que fazem com que os mais trágicos digam: “viu só, é o final dos tempos!”. Fomos & #8220;bombardeados” por uma série de notícias e eventos nada animadores que acabaram pesando sobre o mercado financeiro. No final das contas encerramos essa curta semana com queda de ____% aos.

Começamos a quarta-feira de cinzas preocupados e atentos aos desdobramentos das tensões na Líbia. Em geral o mercado não gosta de guerra e indefinições…exatamente o que vem acontecendo. Alguns podem se perguntar: como isso pode ser tão ruim para economia?

As tensões no Oriente médio, em especial em países produtores de petr óleo, afetam negativamente a  perspectiva de produção futura da commoditie, afetando o preço do petróleo, que sobe. Petróleo é um insumo para diversos produtos, só para citar: produtos plásticos, combustíveis, gás, borracha, asfalto, entre outros. Portanto se o petróleo sobe, seu efeito se espraia por toda a economia, gerando pressão de custos para diversos setores, o que acabaria gerando inflação. Como medida para conter essa eventual e possível inflação, as autoridades monetárias poderiam tomar medidas macroeconômicas, tais como elevação de juros e de aperto monetário, reduzindo o crédito disponível na economia. Se por um lado isso até poderia resolver a questão da inflação, por outro poderia gerar recessão e menor crescimento econômico, o que nunca é bom! Soma-se a isso o fato de que muitas economias importantes, tais como a europeia e americana, estão apenas se recuperando e um resfriamento de tal gênero poderia por fim a incipiente melhora que vem sendo percebida n esses mercados.

Não obstante, esses conflitos criam o receio de que a busca pela liberdade político-religiosa também se espraie para outros importantes países produtores de petróleo, tais como Irã e Arábia Saudita, o que seria potencialmente ainda mais negativo e que geraria ainda uma maior apreciação do petróleo. Esses países ainda hoje, vivem sobe o domínio de uma minoria que se beneficia de toda riqueza oriunda do petróleo, enquanto grande parte da população vive em situação bastante simples.

Além disso, nessa semana a China também apresentou dados que preocuparam o mercado. Su a balança comercial (saldo de exportações e importações) registou em Fevereiro o primeiro déficit em quase um ano, devido à diminuição do crescimento das exportações. Os números surpreenderam negativamente os economistas. Adicionalmente, os dados de inflação também se mostraram fortes, suscitandos novos questionamentos quanto a novas medidas de aperto monetário por lá.

Como se não bastasse, para encerrar a semana vimos a trágica notícia do forte terremoto, seguido da Tsunami  que abalou o Japão. Além da tristeza por aqueles que morreram, os japoneses também tiveram u ma série de gastos e prejuízos com tal evento e gastarão ainda mais para reconstruir e consertar parte dos estragos.

Parece que os astros estão de mal com o mundo, especialmente com os investidores. Parece que alguma coisa está fora de órbita e que conspira para que eventos ruins aconteçam aqui embaixo na Terra. Será que Plutão esta fora de órbita? Ou será a Lua? Ou será que os Maias estavam certos? Particularmente não acredito em nada disso e prefiro pensar que nossa bolsa apenas passa por um momento ruim, influenciado pelos fatores externos e que os nossos fundamentos (economia do Brasil) continuam muito bem!

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