O cão de Mozart e Hachiko
Mozart teve vários anos de glória, sendo reconhecido por reis e rainhas de toda Europa. No entanto, nunca soube lidar com dinheiro. A exploração de sua bondade e genialidade musical logo surgiria por parte de grandes oportunistas. Já casado, começou a ver sua vida desmoronar. A mulher, abandonou-o. A mãe, que tanto amava, adoeceu gravemente. Mozart, sem dinheiro, vendia composições em troca de remédios para sua mãe, que faleceu após alguns meses. Triste e desiludido, Mozart caiu enfermo.
O único amigo fiel, seu cachorro, foi quem ficou ao seu lado até o dia de sua morte, em 5 de Dezembro de 1791. Mozart foi enterrado numa vala comum, em Viena. Sua mulher, Constanze Weber, que estava em Paris, ficou sabendo da morte de Mozart e partiu para Viena afim de visitar o túmulo do marido. Ao chegar lá, entrou em desespero ao saber que Mozart havia sido enterrado como indigente, sem que lhe dessem nem uma placa com seu nome como lápide.
Era dezembro (inverno europeu), fazia frio e chovia em Viena. Constanze resolveu “vasculhar” o cemitério à procura de alguma “pista” que pudesse dizer onde Mozart fôra enterrado. Procurando entre os túmulos, viu um pequeno corpo, congelado pelo frio, em cima da terra batida. Chegando perto reconhece o cachorro querido de Mozart.
Hoje, quem visitar Viena, verá um grande mausoléu, onde está o corpo de Mozart e de seu cachorro. Foi por causa do amor desse animal de estimação que Mozart pode ser achado e removido da vala comum onde fôra enterrado. Ele permaneceu com seu dono até depois do final. Morreu junto ao tumulo de seu dono porque, sem ele, não poderia mais viver. “
Caros amigos dizem que essa história emocionante sobre a lealdade do cão para com seu dono seria uma lenda. Mas posso citar um fato tão enusitado e curioso que aconteceu no Japão, na cidade de Odate em 1923 que inspirou um filme chamado “Para sempre ao Seu Lado.” Na verdade 1923 é a data de nascimento de Hachiko, um cão da raça Akita, que pertencia a Hidesaburo Ueno.
O Sr.Ueno trabalhava distante de sua casa, tendo uma rotina diária que incluia uma viagem de trem. O que o tornaria diferente dos outros passageiros era que ele sempre chegava a estação de Shibuya acompanhado de seu amigo Hachiko. E na hora de seu dono retornar para casa, lá estava Hachiko na estação esperando pelo desembarque.
Mas o que tornou esse cão tão especial é que, mesmo após a morte de seu dono, em 1925, Hachiko voltou à estação de trem no dia seguinte, e por todos os outros dias.
Hachiko morreu em 1935 e até hoje sua estátua está na estação de trem de Shibuya no local que, por toda vida, esperou pelo seu amigo.
Minha coluna é dedicada a lealdade e fidelidade dos animais retratada pela “lenda” do cão de Mozart e pela história real do cão da estação de Shibuya.