Os saldos da 8ª Feira do Livro de Capão da Canoa
Vou comentar a solenidade de abertura a 8ª Feira do Livro de Capão da Canoa, em especial, à tarde de autógrafos de Uma Casa Chamada Nazareth, meu quarto “filho”.
Ante os inusitados fatos ocorridos nesta Feira, conclui que cultura, literatura e livros somente tocam e comovem corações e mentes – autores e público leitor – dos verdadeiramente por eles apaixonados.
Já afirmara que dois eventos com fins diametralmente distintos não podem, pacífica e educadamente, conviver num mesmo espaço ou em áreas muito próximas.
Carlos Urbim, carismático Patrono desta 8ª Edição, disfarçou, com maestria, a lancinante dor e o desconforto de uma crise de coluna o vitimara. Não sem dificuldades, venceu os degraus de uma escada que lembrava a dos aviões dos correios da 2ª Guerra Mundial e posicionou-se no palco. Onde ficou a logística da Administração Municipal?
A seguir, exatamente no momento em que se deram a execução do Hino Nacional, os pronunciamentos de Urbim, das autoridades e a apresentação de um esquete sobre a obra Um Guri Daltônico, de autoria do Patrono, desandou, no outro evento, o desvairado som de uns tidos como roqueiros, na evidente e desrespeitosa demonstração de falta de civilidade.
No mais, graças ao inaudito esforço das bravas e guerreiras meninas – como carinhosamente as chamo – da Comissão Organizadora, tudo correu a contento.
No sábado, 19, era chegada a minha vez de “vencer” a tal escadinha de avião de guerra, e receber meus leais amigos para os autógrafos. Se não fossem eles… A sucessão de surpresas não foi pouca: um casal, ela, minha colega dos bancos acadêmicos, acarinhou os três títulos que expus no estande da Livraria Praiamar; um amigo de infância que passava o feriado marcou a presença; e, o inacreditável, a especial amiga que chegara, naquele momento, vinda de Porto Alegre apenas para me abraçar e levar o “rebento literário” que, naquela tarde eu lançava.
Os demais?… Não por ausência de convite e informação, à exceção dos poucos cujas exigências de trabalho os impediram, como nas ocasiões anteriores em que aqui, em Capão da Canoa, lancei Mar da Serenidade e O Corpo de Gioconda, justificaram: “estava areando a churrasqueira, estava com uma unha encravada, estava fazendo um bolo de chocolate, fiquei afastado do Face e não soube, estava ameaçando chuva, seria perigoso me molhar…”. E aquele outro, que chama a companheira de “pensão do INSS”, ficou em casa, certamente assistindo à TV e tirando os “rolinhos” dos dedos do pé.
E “alguns” poucos da Associação dos Escritores do Litoral Norte? Ah, esta já é uma outra compassiva história…
Mas, poetas, cronistas, romancistas, escritores, enfim, somos teimosos. Nem a escuridão das vinte mil flechas da incultura nos silenciará. Ao contrário, combateremos à sombra, como já dissera Leônidas nos Desfiladeiro das Termópilas.