Anvisa emite alerta sobre risco do consumo de suplementos alimentares com substâncias proibidas
Os agravos à saúde humana podem englobar efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns casos, pode levar até a morte.
— O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos contribuem para o uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido — afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares.
O alerta da Anvisa ressalta, ainda, que muitos desses suplementos alimentares não estão regularizados junto à agência e são comercializados irregularmente no país. Segundo o diretor da Anvisa, esses suplementos contêm substâncias proibidas para uso em alimentos, como estimulantes, hormônios e outros componentes considerados como doping pela Agência Mundial Antidoping. Em maio, Zero Hora denunciou a venda de suplementos com substâncias proibidas na Capital.
Preste atenção
:: Recentemente, a Organização Mundial de Saúde, por meio da Rede de Autoridades em Inocuidade de Alimentos, alertou que vários países têm identificado efeitos adversos associados ao consumo da substância dimethylamylamine (DMAA), presente em alguns suplementos alimentares. O DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e como droga de abuso.
:: Essa substância, que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central, pode causar dependência, além de outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado e alterações cardíacas, e pode levar a morte. No Brasil, o comércio de suplementos alimentares com DMAA é proibido.
:: Na semana passada, a Anvisa incluiu o DMAA na lista de substâncias proscritas no país, fato que impede a importação dos suplementos que contenham a substância, mesmo que por pessoa física e para consumo pessoal. Entre os suplementos alimentares que possuem DMAA estão: Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros.
:: A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados na Anvisa. Entretanto, esses suplementos não podem ser importados com finalidade de revenda ou comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou proscritas no país, como é o caso do DMAA.
:: Consumidores que adquiriram produtos que contêm DMAA na composição devem buscar orientação junto à autoridade sanitária local sobre a destinação adequada dos mesmos. Mais informações podem ser obtidas junto à Central de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782.
Como identificar suplementos irregulares
– Promessas milagrosas e de ação rápida, como “Perca 5 kg em 1 semana!”.
– Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, de celulite, melhora da pele.
– Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrites, emagrecimento.
– Uso de imagens e ou expressões que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas.
– Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira.
– Uso de fotos de pessoas hiper-musculosas ou que façam alusão à perda de peso.
– Uso de panfletos e folderes para divulgar as alegações do produto como estratégia para burlar a fiscalização.
– Comercializados em sites sem identificação da empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ ou serviço de atendimento ao consumidor.