A César o que é de César
Através de cada um dos seus colunistas, a fiel malha de leitores e admiradores de Litoralmania não apenas multiplicou-se como se estendeu a limites que ultrapassam, em muito, as margens do Mampituba.
Soube, recentemente, que conto com leitores na Bahia e no Estado do Rio Grande do Norte; alguns dos meus companheiros de colunismo os têm nos mais distantes rincões desta aldeia global.
Qual o segredo desse vitorioso empreendimento dos jovens redatores e diretores do Litoralmania? Dentre os tantos quesitos, certamente, o espaço que Litoralmania oportuniza aos leitores para que estes façam livre, incondicional e democraticamente seu comentário a respeito dos textos, acerca tão somente do pensamento de cada articulista.
Lembro-me de um artigo em particular que suscitou a discordância, a revolta, a ira, enfim, de alguns Defensores Públicos. Outras crônicas foram objetos de réplicas contundentes ao meu ponto de vista nelas expressado. Esses leitores, no entanto, foram extremamente respeitosos ao mais amplo exercício de democracia: expuseram seu protesto discordante direcionando-o, apenas, ao campo das ideias.
Outros – sempre os há, ainda que uma minoria, é justo dizer –, extrapolaram estes limites, tecendo críticas de cunho indubitavelmente pessoal, valendo-se, inclusive, de meios indiretos de provocar uma reação deste colunista, subestimando, assim, a sua (a do colunista) inteligência.
Quando leio comentário eivado do mais corrosivo ciúme e recalque pessoal a qualquer um dos meus confrades colunistas, gostaria que estes (meus confrades) também fizessem a leitura que faço, quer seja, deleito-me no fato de que o comentarista, no mínimo, acessou e leu o meu artigo. É o que mês basta!
Em contraponto ao pensamento de Nicoló Maquiavel, em O Príncipe, de que “É melhor ser temido do que ser amado”, sentencio: – Melhor ser exaustivamente criticado, porém lido!
Pode não servir de consolo para alguns dos meus companheiros de colunismo, mas vai como um lembrete a uma situação nada diplomática que venho observando amiúde: não respondam ao leitor no espaço que é somente dele, o leitor. É uma questão de fineza, de savoir-vivre!