A Culpa é Nossa!
Começam os questionamentos: “Será que chegar a 60 mil pontos já não é um exagero? Por outro lado, lembrando o que aconteceu pós-Lehman Brothers, será que o cenário não é similar?”. Olhando para as empresas, vimos que a Vale, por exemplo, teve um crescimento de nada mais nada menos que 290% em seu lucro na comparação com o primeiro trimestre de 2010. Suas ações no entanto apresentam queda de 10% em 2011!. “Será uma excelente oportunidade?”. Dando uma olhada nas ações das construtoras, que estão negociadas a um preço abaixo do seu valor de patrimono, e considerando a perspectiva de mudanças positivas no Minha Casa Minha Vida por influência do déficit habitacional do Brasil. “Não seria o momento de começar a tomar risco? Pensando bem, comprei ações abaixo do valor patrimonial ano passado e elas continuam abaixo”.
Ninguém disse que seria fácil. Sabe por que não é?
Porque por trás disso tudo existem pessoas. Somos nós comprando e vendendo ações, tomando decisões dia após dia, minuto após minuto. E o ser humano é complicado e movido por emoções! Se o mercado fosse racional, as ações da empresa XYZ não cairiam 4% na terça para subir 5% no dia seguinte e não haveria uma lista de empresas saudáveis com valor de mercado abaixo do seu valor de patrimônio. Isso só acontece porque eu e você formamos esses movimentos.
O mercado está numa maré ruim. Assim como na vida, acontece e passa! Obviamente a crise fiscal grega é bem relevante. Da mesma forma é preocupante que a China e outros países emergente desacelerem. Preocupa o cenário inflacionário no Brasil e em outros emergentes, que podem suscitar medidas adicionais de aperto monetário. Sinceramente, não acredito que a Europa vá realmente deixar a Grécia quebrar. A China pode crescer menos, mas ainda assim será um crescimento forte. No Brasil, a taxa Selic chegando em 12,5% ao final do ano vai fazer seu trabalho contra a inflação. É uma questão de ter paciência.
Não tem aquele dia que tu acordas e tudo faz sentido novamente? Tu estás mais feliz por alguma razão mas, na realidade, se parar para pensar, nada mudou? É isso que vai acontecer com a Bolsa mais cedo ou mais tarde. Acredito que o mercado está passando por uma onda de mau humor, e não uma depressão crônica.
A estratégia até lá é se adaptar e “dançar conforme a música”. Compre ativos que são relacionados à Selic e indexadores de inflação. Permaneça comprado em boas empresas. Mesmo com o mau humor de mercado, a Ambev vai vender ainda mais cervejas no ano que vem, acredito que o Itaú vai continuar entre os melhores bancos do país pelos próximos anos e as Havaianas não deverão sair de moda tão cedo. Fique atento às oportunidades, pois são nesses exageros que elas aparecem.