A lista e seus corolários – por Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira

Saiu, finalmente, a lista (parcial) dos envolvidos no Petrolão. Hoje deveria ser o dia para proclamar: “Eu não disse”? Há décadas venho afirmando: “Não tem anjinho na parada”. Esta atitude, inclusive, tem me causado situações de desconforto com pessoas que só veem malfeitos nos da outra facção, dividem os que praticam malfeitos em malfeitores e injustiçados. Bandidos-bandidos e bandidos-bonzinhos (esses os seus afins, certamente).

Em vez de me sentir confortado com a comprovação da tese, uma tristeza profunda me assola.  Os fatos que explicitam a universalidade da corrupção também provocam o fenecer da esperança que uma mudança de nomes possa corrigir os desmandos. Os pró-homens do PT, antes de se alçarem ao topo bradavam aos quatro ventos que os corruptos teriam seu reinado findo quando assumissem as rédeas. QUE DECEPÇÃO!!!SÃO REALMENTE FARINHA DO MESMO SACO. Excluindo os “estranhos no ninho”, que felizmente existem e como diz Mateus (5. 13-16): “Vós sois o sal da terra e o candeeiro que ilumina”. Porém o universo dos que detém o poder de decisão é constituído mais de joio que trigo.

Surpresos por haver no rol dos investigados elementos dos principais partidos políticos? Aguardem as novas listas que fatalmente virão e a miscigenação se completará. Os que ainda não foram apontados continuarão insones pelo tempo que durar o processo, agora um roteiro sem volta. Obviamente haverá exceções dos que, blindados, mais uma vez comprovarão a veracidade do pensamento de Sólon, poeta-político grego (630 a.C.– 560 a.C.), atual apesar dos séculos decorridos: “As leis são  como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rompidas pelos grandes”.

Isso mesmo, os verdadeiros mentores dos escândalos, os que manejaram as canetas,do alto e inacessíveis, atentem que emprego o plural para salientar que muitos além de se locupletarem, permitiram os descalabros. Não sejamos ingênuos, os que passarão a “ver o sol quadrado” serão os dos escalões inferiores. Os “grandes insetos”, mais uma vez “romperão as teias”. Apesar dessa incompletude, pelo menos um freio será acionado e os malfeitos desacelerarão permitindo, oxalá, um retomar do crescimento que os brasileiros ordeiros, honestos e trabalhadores merecem.

O RESTO… SEMPRE SERÁ O RESTO!

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A coluna já estava redigida quando os acontecimentos se precipitaram e exigem um adendo:

Em 01/03/2.015, ao apoiar a reação do Ministro da Justiça no caso dos bloqueios promovidos por caminhoneiros, acrescentei:

“O mesmo rigor demonstrado neste episódio não se verifica quando outras turbas ensandecidas assombram, intimidam e vandalizam. LENIÊNCIA É INADMISSÍVEL, SEMPRE!

Realidade atual: Nos mais variados recantos do Brasil o MST promoveu     manifestações e obstruiu vias públicas. Nas cercanias de Aracaju um engavetamento de carros resultou na perda de três vidas. HAVIA UM BLOQUEIO PATROCINADO PELO MST E, ATÉ AGORA, O MINISTRO NÃO SE MANIFESTOU NEM ORDENOU À POLÍCIA FEDERAL UMA AÇÃO GERAL DE DESOBSTRUÇÃO E MONITORAMENTO.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS!!!

Nos dias 13 e 15 houve manifestações populares em todo o Brasil. Pudemos aferir que ambas condenavam a corrupção e tiveram um transcurso pacífico, sem confusões, atos de violência ou vandalismos. Isso prova que manifestações democráticas não necessitam de atos ilegais para serem notados. E mais, os poucos dispostos a “bagunçar o coreto” foram identificados em revistas prévias, detidos e expurgados.

Diferença fundamental: Mesmo que ambos profligassem contra a corrupção, as do dia 13 apoiavam o governo federal enquanto as do dia 15 eram oposição declarada e em número incomensuravelmente maior.

Pessoalmente não sou partidário de manifestações que impeçam o legítimo direito de ir e vir dos não participantes (Art. 5º, Inciso XVI da Constituição). Por diversos motivos, inclusive para evitar, por exemplo, o impedimento de doentes necessitados de socorro médico acessarem hospitais. Querem manifestações? Deixem uma faixa livre para emergências.

Repito por considerar o detalhe importante: NÃO HOUVE VANDALISMOS, OS QUE O PRETENDIAM FORAM IDENTIFICADOS, DETIDOS E EXPURGADOS ANTES DE AGIR, Isso prova que, QUANDO SE QUER É POSSÍVEL EVITAR E, SE NECESSÁRIO, REPRIMIR.

Jayme José de Oliveira – cdjaymejo@gmail.com

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