A menina dos olhos – Dom Jaime Pedro Kohl

Dom Jaime Pedro Kohl

A menina dos olhos

O segundo Domingo do mês vocacional é dedicado aos pais. Falar dos pais é falar da família e nela a importância do matrimônio. A Igreja do Brasil nesta semana promove a Semana Nacional da Família que neste ano tem como tema: “Amor familiar: vocação e caminho de santidade”.

O objetivo desta iniciativa é conscientizar toda a população brasileira sobre a importância e relevância da família para a formação das pessoas. Mas, também, perceber a beleza da vocação matrimonial quando assumida e vivida na sua verdade mais profunda e em conformidade com o plano de Deus.

Sabemos quanto é importante para a qualquer pessoa que vem a este mundo ser acolhida e amada desde sua concepção. Sabemos, também, das sequelas que podem durar toda uma vida quando falta o amor entre os cônjuges e no ambiente familiar.

É ali no colo da mãe, no seio da família, pelo testemunho de vida dos pais e parentes que a criança recebe com a vida física, uma vida espiritual através da iniciação à vida cristã que se dá ao natural quando o casal vive sua fé.

O Papa Francisco ao nos visitar, em 2013, lembrou-nos: “Os pais usam dizer por aqui: ‘Os filhos são a menina dos nossos olhos’. Que bela expressão da sabedoria popular brasileira que diz do cuidado e carinho que os pais são chamados a ter com os seus filhos, sua maior riqueza e patrimônio gerado na juventude.

A “menina dos olhos” do casal cristão deve ser a experiência indescritível na participação da obra do criador. Pensemos o caminho percorrido: a gestação, o dar à luz, o acompanhar as primeiras respostas dos seus pequenos feitas de um sorriso, um olhar de gratidão, a reação dos parentes e amigos no primeiro encontro, as primeiras palavras enroladas que saem de sua boca, o sentir ao ser chamado papai ou mamãe, os primeiros passinhos desajeitados, as cambalhotas e o começar sempre de novo até andar com desenvoltura…

Como é bonito ver uma mãe ensinando seu filhinho a fazer o sinal da cruz, a dirigir a Deus pequenas orações, a acompanhar os pais nas celebrações da comunidade deixando entrar aos poucos no seu coraçãozinho puro o mistério do amor de Deus!

Muitas coisas importantes, como princípios, valores e atitudes entram pelos ouvidos, mas especialmente pelos olhos, vendo o agir dos pais.

Valorizar os filhos, a família, o matrimônio cristão é sabedoria, inteligência, vida! É bonito! É bom!

O serviço que a família estável e bem constituída presta à sociedade, infelizmente não sempre é reconhecido. A vocação à paternidade e maternidade não pode ser vista como algo automático, mas opção fundamental e determinante para a realização ser humano.

O filho que chega esperado, desejado, amado desde sua concepção, por pais bem casados e com estabilidade de vida tem tudo para dar certo, crescer sadio e equilibrado. Celebrar o Dia dos Pais é celebrar o Dia da Família, berço da vida e das vocações.

Para refletir: Da tua experiência de família, o que você acha das reflexões acima? Fazem sentido? É assim mesmo? É só imaginação e romantismo de quem não passou por essa experiência? Consigo ver a paternidade e maternidade como vocação e caminho de santidade?

Textos bíblicos: Jr 38,4-10; Hb 12, 1-4; Lc 12, 49-53; Sl 39(40).

Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo Diocesano

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