A Patrona e o escrevinhador

Seus caminhos muitas vezes, e sem o saberem, se cruzaram nos corredores ou em alguma sala de aula do Ensino Clássico do saudoso Colégio Júlio de Castilhos.

Depois, ela seguiu para o Curso de Letras; ele para o de Ciências Jurídicas e Sociais.

Em 1974 publicaram seus primeiros textos: ela (Batalha Naval) no Caderno de Sábado, do Correio do Povo; ele (Antessala da Loucura) na coluna da jornalista Ivete Brandalise, na Folha da Tarde.

Foram finalistas e premiados da primeira edição do Prêmio Apesul Revelação Literária, em 1978: ela na categoria Contos (O Presente Roubado); ele na categoria Crônicas (Noite sem Fim).

Na premiação, no Hotel Laje de Pedra, os olhares incrédulos ante os monstros sagrados: Rubem Braga, Fernando Sabino, Otto Lara Rezende, Osman Lins, João Ubaldo Ribeiro, Nélida Piñon, Moacyr Scliar, Lya Luft, Carlos Nejar, Lígia Averbuck, Mário Quintana e tantos outros.

Foi através da generosidade de Patricia Bins, coordenadora do Suplemento Mulher, da Folha da Tarde, aonde semanalmente publicavam seus textos, que, finalmente, ele conheceu a já consagrada escritora e Mestra em Literaturas da Língua Portuguesa.
Em 1981, lançavam, cada qual, o “primeiro filho”: ela o “Batalha Naval”; ele “Não Permita, Deus, que eu Morra”, ambos no gênero crônica.

Em 1997, participaram das Antologias Contos e Crônicas da Cidade, lançadas na Feira do Livro de Porto Alegre daquele ano.
As lides forenses “desencaminharam-no” do deleite e do diletantismo da escrita.

Ela, ao contrário, na trajetória de escritora multipremiada no Brasil e no exterior, Mestra, Doutora em Literatura Comparada, Diretora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Patrona das Feiras do Livro de Gramado, Dois Irmãos, Triunfo, Camaquã, Guaíba e do maior evento literário a céu aberto na América Latina, a 57ª Feira do Livro de Porto Alegre, esposa, mãe e avó, soube, com competência, ser uma mulher vitoriosa!

Por todas essas razões, este escrevinhador, no sábado último de março, irá à Praça para preitear a memória de nossa madrinha literária – a jornalista e escritora Patrícia Bins – e propor um brinde à vida, aos livros e à Grande Patrona e amiga: Jane Fraga Tutikian!

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