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A roupa nova do rei

“Era uma vez um rei, tão exageradamente amigo de roupas novas, que nelas gastava todo o seu (do povo, por supuesto!) dinheiro. Ele não se preocupava com os soldados do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, com a segurança, a saúde e a educação de seus súditos. Não lhe interessava a cultura, o teatro, a não ser para exibir roupas novas. Para cada hora do dia, tinha uma roupa diferente; de igual somente a cor.

Em vez de o povo dizer, como de costume, com relação a outros reis: “Ele está em seu gabinete de trabalho”, dizia “Ele está no seu quarto de vestir”. A vida era aparentemente divertida (carnaval, pagode e futebol) no reino onde ele vivia. Arenas luxuosas para a prática de esportes eram erguidas às despensas das burras da viúva: o erário público. Escolas eram incendiadas pelos menores infratores (atenção, revisão, “delinquente juvenil” está vetado, dá cadeia para quem assim se referir) e hospitais transformavam-se em verdadeiros sucatões. Um dia, chegaram hóspedes estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros. Apresentaram-se como tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.

Quem conhece este divertidíssimo conto de Hans Christian Andersen certamente, a esta altura da leitura da crônica, já se encontra sorrindo ao lembrar o final da história: – não havia roupa, tecido nenhum a cobrir a nudez do exibido rei. Fora somente a inocência e a pureza de um menino –  que o torna verdadeiro e bradar com todas as forças de seus pulmões – para fazer o governante cair na real: “O rei está nu!”.

Por que me veio à lembrança esse conto ao ler nos noticiários que a presidente Dilma Rousseff driblou seguranças e saiu de moto pelas ruas de Brasília?
Sim, prezado leitor, isso aconteceu verdadeiramente! A petista andou sozinha de moto pelas ruas de Brasília, driblando até sua rigorosa segurança. Além da faceta, o que mais chama a atenção é que a presidente não possui habilitação para pilotar uma moto. “Coloquei o capacete e saí andando de moto pelas ruas de Brasília”, teria dito com ares de felicidade.

Se a moda pega, não faltará veleidade à presidente (a exemplo do velhaco de triste lembrança, que se autointitulava “caçador de marajás”) em vestir um reluzente neoprene e deslizar sobre as águas do Lago Paranoá num veloz Jet ski. E o pior – valha-nos Divino! – ambicionar cruzar os céus do Brasil a bordo de um caça Mirage-2000 C/B, para inveja mortal do Lula da Silva.

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