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A supermáquina 4 – Envelhecimento – por Jayme José de Oliveira

Jayme José de OliveiraENVELHECER É O GRANDE EFEITO COLATERAL DE NASCER. CERTO? TALVEZ NÃO. ENTENDA POR QUE O ORGANISMO DECAI COM O PASSAR DOS ANOS E SAIBA COMO A CIÊNCIA DE PONTA PRETENDE DRIBLAR ESSE PERCALÇO. E BUSCAR A IMORTALIDADE.

À medida que os anos passam, acumulam-se danos no seu organismo derivados de funções absolutamente fundamentais para sua sobrevivência: digerir, respirar, combater doenças. Por enquanto é inevitável. Mesmo que você seja um paciente exemplar, daqueles que não fumam e praticam exercícios, será vítima de suas próprias células no final da vida. Para piorar, muito antes de morrer essa produção contínua de danos celulares pode deixar você enrugado, curvado e fraco. Velhinho.

Como algumas pessoas conseguem diminuir as marcas do envelhecimento? Poderíamos simplificar todo o processo e debitar à genética, mas o DNA é apenas um dos responsáveis pela boa aparência de Pelé e Maria Gabriela na terceira idade.

Vamos explicitar que não se trata apenas de cuidar do corpo para viver um maior número de anos. De pouco adianta viver cem anos ou mais, mas com pouca qualidade de vida nos últimos.

A velhice se aproxima cada vez que você enche os pulmões de ar. Você depende do oxigênio, ele é um combustível essencial para a existência. A vida animal só conseguiu se desenvolver depois que o nível de gás aumentou consideravelmente na Terra, há 600 milhões de anos. Mas, numa jogada cruel da natureza, o gás vira veneno e nos mata, aos pouquinhos. Quando você respira, oxigênio, glicose e água ficam trocando elétrons entre si, num complexo sistema que acaba por liberar a preciosa energia. Se esse sistema fosse perfeito, viveríamos para sempre e não envelheceríamos. Mas não é.

No universo celular há uma constante troca de elétrons entre o oxigênio e moléculas do organismo. Em até 5% dos casos ocorre um desequilíbrio nesse processo e o oxigênio perde elétrons. Na ânsia de recuperá-los ele passa a roubar elétrons de lipídios, proteínas, DNA e RNA, causando estragos por onde passa. Transforma-se num radical livre e só descansa quando recupera seus elétrons, mas o estrago já está feito, gerando um verdadeiro caos nas células e os danos se acumulam no passar dos anos.

Até ao redor dos 20 anos o corpo se regenera substituindo as células danificadas. A partir dessa idade a reposição não consegue equilibrar as perdas e o envelhecimento inicia. Aparecem rugas e a visão começa a falhar. As articulações endurecem e os neurônios se degeneram. Etc.

Até agora a ciência não descobriu uma forma de interromper a degeneração celular causada pelos radicais livres. A boa notícia é que os cientistas evoluíram muito, veremos isso mais adiante.

Como vimos na coluna anterior, o encurtamento dos telômeros é parte essencial do envelhecimento e as pesquisas se orientam para evitar o processo. Por enquanto podemos retardar os efeitos com uma alimentação equilibrada com ingestão de legumes, nozes, frutas grãos e azeite de oliva. Um estudo publicado em 2.014, feito por cientistas de Harvard, acompanhou 121.700 enfermeiras com idades entre 30 e 55 anos durante mais de três décadas comprovou que era eficiente no prolongamento dos telômeros.

A ciência, agora, entrou com todo o empenho de alguns dos mais influentes magnatas do Vale do Silício que estão aportando bilhões de dólares numa ideia ousada: curar a velhice ainda neste século.

Será tema para a próxima coluna.

P.S.: Dados fundamentais para a elaboração desta coluna e das posteriores foram pesquisados na Revista Superinteressante, edição 359-A de maio/2.016 e no Google.ENVELHECIMENTO

Jayme José de Oliveira  – Capão da Canoa – RS – Brasil

(51)98462936 – (51)81186972

cdjaymejo@gmail.com

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