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A vida IV – Clonagem – Por Jayme José de Oliveira

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE – XV

Em função das descobertas da ciência, aperfeiçoadas com os estudos que sequenciaram o genoma, já está sendo utilizada em grande escala a clonagem, que é a produção de seres geneticamente iguais. Esta produção é resultante de uma reprodução assexuada, onde acontece a obtenção de cópias geneticamente idênticas de um mesmo ser vivo, que podem ser micro-organismos, vegetais, e até animais.

Ao contrário do ocorre na reprodução sexuada, na reprodução assexuada não há a necessidade de outro indivíduo para gerar descendentes, ou seja, neste tipo de reprodução apenas um único ser é capaz de gerar outros geneticamente idênticos. Isto ocorre através de um processo de divisão celular chamado mitose.

CLONAGEM 1

CLONAGEM 2

Clonagem e transgenia são antípodas. Absolutos. Enquanto na transgenia substituem-se, acrescem-se e deletam-se genes, na clonagem eles são 100% preservados. Na reprodução clônica todos os espécimes e seus descendentes conservam intatas todas as características da matriz. Boas ou deficientes. Se, por um lado, mantém as características que foram apuradas e até exacerbadas, permitindo um alto rendimento quando usada com fins comerciais, por outro são extremamente vulneráveis a agentes agressores. Uma lavoura pode ser totalmente dizimada por um único agente. Nas culturas com diferenciação genética sobreviverão alguns que, ao criarem resistência, ficarão imunizados.

A estaquia, é um método de reprodução assexuada de plantas, que consiste no plantio de pequenas estacas de caule, raízes ou folhas que plantados em um meio úmido, se desenvolvem em novas plantas.

Utilizam-se, por exemplo, estacas de caule de roseiras, cana-de-açúcar e mandioca; estacas de raízes de batata-doce e estacas de folhas de violeta africana. Para que o novo vegetal se desenvolva, é necessário que se formem raízes nessas estacas. Para melhores resultados, podem-se utilizar hormônios vegetais, como o ácido indolacético e o ácido naftaleno-acético.

Clonar animais, é um processo bem mais complexo. Para conseguir a ovelha Dolly os pesquisadores usaram uma técnica de transferência de núcleos. Isto é, retiraram o núcleo de uma célula da glândula mamária de Dolly que foi transferido para um óvulo sem núcleo. Esse óvulo foi então inserido no útero de uma outra ovelha. Não foi um processo fácil. Foram 277 tentativas, mas finalmente a experiência foi bem-sucedida e a famosa Dolly foi gerada. Estava provado que, através da transferência de núcleos de uma célula já diferenciada para um óvulo sem núcleo, é possível reprogramar essa célula para que ela volte ao estágio de célula embrionária totipotente e seja capaz de gerar um indivíduo.

A clonagem dum ser humano, tecnicamente, apresenta as mesmas dificuldades e possibilidades de qualquer mamífero, o que torna inexequível, atualmente, são os obstáculos impostos pela ética e religiões.

Um campo promissor e com obstáculos mais facilmente contornáveis é a de se obter órgãos

destinados a transplantes a partir de células-tronco.

Esta coluna encerra o ciclo “VIDA”, a partir da próxima abordaremos um assunto que representa o sonho maior do ser humano desde os tempos mais remotos. O prolongamento da vida até… não podemos predizer, apenas labutar para que seja o mais longo possível. Em três colunas abordaremos o assunto com viés científico, sem condescendência às lendas e superstições.

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Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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