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Adolescentes da Fase serão beneficiados com cursos profissionalizantes e carteira assinada

A vida de 130 adolescentes internados em unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) pode ter outro rumo. Sem possibilidade de atividades fora das casas, esses jovens terão a oportunidade de fazer cursos profissionalizantes com direito à carteira assinada, além de um auxílio financeiro, por meio do programa Aprendiz Legal. A iniciativa, inédita no país, foi selada na manhã desta sexta-feira (4) com a assinatura de um termo de cooperação entre Fase, Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e Banrisul.

A parceria prevê a implantação dos cursos de práticas bancárias, ocupações administrativas, auxiliar de alimentação, conservação, limpeza e sustentabilidade ambiental e aprendiz de turismo. As aulas teóricas e práticas terão duração de um ano e irão funcionar em unidades da Fase de Porto Alegre, Santa Maria, Uruguaiana, Caxias do Sul e Novo Hamburgo. A aula inaugural ocorrerá na próxima terça-feira (8) em Uruguaiana.

Além de destacar o pioneirismo da parceria, o superintendente executivo do CIEE no Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Eymael, enfatizou que a iniciativa oportunizará capacitação, profissionalização e geração de renda aos jovens, bem como amenizar a ameaça às drogas. “Sem dúvida, esse é um grande projeto de assistência social e o CIEE se sente honrado em ser integrante”, afirmou.

Representando a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), a diretora do Departamento de Direitos Humanos, Tâmara Biolo Soares, ressaltou as melhorias que estão sendo realizadas na Fase, como humanização do atendimento, qualificação dos servidores e extinção do isolamento. Ela acrescentou que a meta da SJDH é incluir todos os adolescentes da fundação em estágios ou no mercado de trabalho até o fim do ano. Sobre o convênio, Tâmara ressaltou o fato der ser um projeto inédito, possibilitando o rompimento de um estigma. “Os adolescentes podem sair da Fase e ter um outro rumo de vida”, disse a diretora do Departamento de Direitos Humanos.

Já a presidente da Fase, Joelza Pires, enfatizou que, além de profissionalização, os adolescentes precisam de escolarização e que a fundação não tem medido esforços para isso. Ela agradeceu os parceiros e enalteceu a iniciativa, articulada pela Diretoria Socioeducativa da Fase: “Esse projeto é inovador, é transformador de vidas.” 

Em nome do Banrisul, falou o diretor de Controle e Risco, Luiz Carlos Morlin. Ele ressaltou que o auxílio financeiro dado pelo banco “é a menor parte”. “Nesse projeto, o importante é o material humano, são as pessoas”, concluiu.

Experiência
Beneficiado pelo Aprendiz Legal, um adolescente, de 18 anos, que acompanhou a solenidade, está animado com o futuro que se desenha pela frente: “Eu quero sair daqui e continuar fazendo cursos e ajudar a minha família. Estou fazendo o ensino fundamental e e fico ocupado o tempo todo e não penso em besteira”.

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