Alckmin diz que vai para o segundo turno e critica Lula
Em entrevista à Rádio Tupi nesta quarta-feira, o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse que o eleitor deve saber que as pesquisas de opinião não significam o resultado das eleições.
“[As pesquisas] Têm margem de erro. Não é corrida de cavalos. As pesquisas mostram a tendência, mostram que a única que cresce é a minha candidatura”, disse.
O tucano voltou a dizer que vai para o segundo turno e que vai vencer o petista Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição.
Pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria reeleito no primeiro turno, com 59% dos votos válidos.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, cresceu 7,9 pontos na pesquisa, alcançando 31,8% dos votos válidos. A taxa de intenção de voto em Alckmin passou de 19,6% de intenção de votos para 27,5% no período.
Durante o programa, Alckmin fez críticas ao governo Lula. “Se continuar com esse governo gastador, perdulário, 'roubalheiro', o Brasil vai continuar a crescer pouco”, disse.
O tucano disse que elaborou estudo e que apenas 1% do dinheiro desviado por corrupção retorna aos cofres públicos. “Não tem um país que vá pra frente com essa praga de corrupção.”
Na entrevista, ele voltou criticar a atuação da Polícia Federal na investigação do dossiê contra tucanos. “Passaram-se 12 dias e foram encontrados R$ 1,7 milhão e 12 dias depois o governo Lula não disse a origem do dinheiro.”
Em tom de brincadeira, ele disse que leva na esportiva o apelido de chuchu. “Se Deus quiser vamos ter voto para chuchu e vamos trabalhar para chuchu”, disse.
O caso do dossiê
A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi “contratado pela Executiva Nacional do PT” para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome “Froud ou Freud”. Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti –analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente– procuraram a revista “Época” para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada “Expedito”. Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na “IstoÉ” contra Serra.