Após trégua, mercado internacional vive novo dia de incertezas
Em Paris, a bolsa encerrou as operações em baixa de 5,45%; em Londres, houve queda de 3,05%; em Frankfurt, 5,13%; e em Madri, 5,49%. No início da tarde, a Bovespa registrava queda de 1,2% e o índice Dow Jones, de Nova York, operava no negativo, em 3,31%.
Os mercados europeus chegaram a abrir em alta, após resultados positivos registrados nesta terça-feira. Logo cedo, rumores de que a França também teria a classificação de sua dívida (hoje, AAA, a nota máxima) rebaixada, a exemplo do que ocorreu com os Estados Unidos na última semana, geraram incertezas nos mercados.
O governo francês e as três grandes agências de classificação de risco – Standard & Poor's, Moody's e Fitch – negaram um iminente rebaixamento, o que não afastou a turbulência. A crise fez o presidente da França, Nicolas Sarkozy, interromper as férias e convocar uma reunião de emergência em Paris.
As ações do banco Société Générale foram as mais atingidas, com baixa de 14,47%. Os papéis do Crédit Agricole cairam 11,81%, e os do PNP Paribas, 9,47%. O fato de os bancos franceses serem alguns dos maiores credores de países com alto endividamento na zona do euro explica a preocupação dos investidores, segundo analistas.
Na Europa, o temor é que a crise da dívida se espalhe pela zona do euro. A crise já atingiu a Grécia, Portugal e a Irlanda (países que receberam ajuda financeira), e os investidores temem que a turbulência chegue até a Itália e Espanha, onde o custo da dívida pública também aumentou na última semana.
Na Itália, a dívida pública equivale a 120% do Produto Interno Bruto (PIB). O Banco Central Europeu promete comprar, no próximo domingo (14), títulos espanhóis e italianos para deter a crise na zona do euro. O alto endividamento público também é uma preocupação em relação aos Estados Unidos. Na última sexta-feira (5), a agência Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida dos Estados Unidos de AAA para AA+, um dos motivos do mau humor nos mercados nesta semana.
Além da política fiscal, preocupa a lenta recuperação da economia norte-americana. O Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) divulgou uma ata informando que o “crescimento econômico ,até o momento, tem sido mais lento que o esperado” pela instituição.
“O comitê [do Banco Central dos Estados Unidos] espera um ritmo mais lento de recuperação nos próximos trimestres”, diz o banco, cuja única boa notícia que anunciou aos investidores foi a manutenção da taxa de juros no país, que não deve oscilar fora da margem de 0 e 0,25%, até meados de 2013.