Autor de muitas expressões

O título acima está na coluna de Mauro Ulrich, crítico literário do jornal Gazeta do Sul, na edição de 20/11/2012 daquele diário.
Antes de envaidecer este escrevinhador, as generosas palavras de Ulrich são, antes de tudo, o reconhecimento do diuturno exercício da escrita, tenha ela como tema, como pano de fundo, o amor, a paixão, a traição, a poesia, os conflitos existenciais que nos surpreendem a cada escolha nossa, e a política nacional, ainda que imunda, esfarrapada, vilipendiada, estuprada pelos homens(?) que nela se agarram como famintos abutres.
Deixemos que as palavras do jornalista Mauro Ulrich penetrem corações e mentes de cada generoso leitor e o convide para conhecer, mais intimamente, O Corpo de Gioconda.

“É tênue a linha que separa o bom cronista do bom contista, embora o objeto de trabalho de ambos seja absolutamente díspar. O primeiro se vale do real, dos acontecimentos do cotidiano, para construir o seu texto. O outro usa da imaginação, do inesgotável universo ficcional, e praticamente cria o seu cotidiano ao mesmo tempo em que vai construindo o seu texto. Ambos os casos fascinantes, pelo poder que nos dá a palavra. E Sérgio Agra é um destes raros autores que se coloca ao centro, flertando, às vezes, com o bom contista, mas de casamento amarrado com o bom cronista. Testemunho disso é O Corpo de Gioconda (Editora Pragmatha, 200 páginas), que se encontra, em Porto Alegre, nas LIVRARIAS CULTURA (Shopping Bourbon Country) e ROMA (Shoppings Iguatemi e Praia de Belas, em Santa Cruz do Sul, na Livraria e Cafeteria Iluminura, em Osório, na Livraria Bambi.

O livro privilegia o Sérgio cronista, com 84 textos curtos, leves, de agradável leitura, sem contraindicação para as férias que se aproximam. Alguns, inclusive, já publicados na página de Opinião da Gazeta do Sul, Artigo, de Zero Hora e no semanário Costa do Mar & Serra, que têm no escritor um colaborador assíduo e de muita qualidade. Mas tem também o Sérgio contista – ou quase isso, visto que um “quê” de factual paira sobre o ambiente noir do sensacional A noite em que as virtudes passearam de metrô em Paris. É, como muito bem diz a sua editora Sandra Veroneze, “inspirada prosa com jeito de poesia”. E aí temos também o Sérgio poeta. “Inversões frasais, vocábulos bem escolhidos, inúmeras pausas e entrelinhas entre o que está escrito e o seu sentido, convidando à imaginação”, continua Sandra, para concluir, depois: “Não se apega a limites ou classificações.”

Deve ser esta mania de olhar o mar, todos os dias. O “advogado diletante”, como ele mesmo se assume, é natural de Porto Alegre, mas desde 2005 reside em Capão da Canoa, uma das mais importantes praias do litoral gaúcho. É de lá que manda seus artigos. O Corpo de Gioconda vem se juntar aos seus outros dois livros: Não permita, Deus, que eu Morra (Editora La Salle, 1981, crônicas) e Mar da Serenidade (Editora SVB, 2008, novela). Na fila, também, para ser lançado por agora, está a novela para adolescentes Uma Casa Chamada Nazareth. Mas aí já é uma outra história, de uma outra face desse múltiplo escritor.”

Mauro Ulrich, a este escriba cabe, penhoradamente, AGRAdecer tuas palavras.

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