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Aviso aos Navegantes

Desde minha ultima matéria, venho acompanhando os comentários postados, e, honestamente eu preferia não polemizar mais, porém meu colega Douglas Antunes após ler alguns, me pediu o espaço para publicar sua opinião, que não é qualquer, pelo fato de ter sido funcionário da JP Osório e também cursar hoje a faculdade de relações internacionais.

Caros leitores

Hoje recebi um telefonema do meu amigo e colega de profissão da radio Jovem Pan Osório, Lucas Filho, rapidamente pediu minha atenção para alguns comentários postados nesta página, não disse do que se tratara, porém, reforçou a idéia de que era do meu interesse desfrutar de comentários considerados “delicados” para serem expostos sem uma defesa consistente e que garanta o respeito de todos. Isso não significa que nossas opiniões tenham de ter atestado de “aceitação” para terem influência no meio. Desconforto faz parte do nosso convívio social, afinal estamos em um país democrático, desta forma, honramos este exercício.

Todos sabemos que um veículo de rádio ou televisão tem sua posição no mercado e na sociedade, podemos analisar sob o ponto de vista econômico, político, social, até natural. Diluídos na falta de informação e despreparo frente a uma “ferramenta tão importante de comunicação”, ao contrário do que muita gente pensa, gera emprego e garante a qualidade de informação a milhares de pessoas diariamente em todo o pais. É fato,de que uma emissora que retransmita programação não “goze” de toda uma operação local (24horas) , que muitas vezes é trabalhosa e pões em risco a qualidade do conteúdo ao ar,deixando assim, uma veiculação vulnerável. Isso também não significa que não se possa realizar suas atividades locais, eu mesmo ganhei a vida quase cinco anos em Osório com meu horário das 20:00 às 23:50 de segunda a sexta feira, no mesmo “enlatado” criticado várias vezes. Nem por isso, associamos a falta de emprego a isso. Já que aspiramos este “fantasma” que não é exclusivo no mundo dos radialistas e sim, todas as camadas sociais.
 
Prefiro fazer minha analise visando o ponto de vista profissional. Antes de tudo, quero registrar meu respeito a todos que crêem que radio “enlatada” reside no engessamento cultural ou na ausência de oportunidades. Respeito muito à integridade intelectual e não me sinto no direito de desprezar infelizes comentários que ao invés de fortalecer a crítica construtiva, que age no estreitamento e amadurecimento profissional, para uma idéia que soa como; soluços da profissão. Se vamos tecer uma critica, devemos estar bem informados. No meu ponto de vista, o que li não ficou bem claro, entretanto, penso que algumas informações foram muito mais emocionais, e por sua vez merece um desconto.

É no mínimo curioso debruçar nosso modo de pensar sem antes entender por que razão as coisas acontecem. Em 2004, tive a oportunidade de conhecer a Europa, durante 3 meses fiz o máximo para conhecer os modelos de rádio e seus formatos promocionais. Uma das rádios que mais gostei foi a Energy de Stockholm, com sedes locais no país inteiro.

O que percebi é uma radio “enlatada” mas com características locais, unidade móvel girando pela cidade, locuções locais ao vivo e de conteúdo. Da mesma forma que a Jovem Pan Piracicaba faz, Taubaté, São Carlos e a Osório quando se faz necessário, rede Atlântida e outras no comentado eixo rj-sp.

Não cabe a nós profissionais “acharmos que uma determinada emissora tenha ou não de mudar seu formato de negócio”, infelizmente, fazemos parte de um país “realista-injustiça”, o que a torna mais seleta e talvez injusta. E o fato da Jovem Pan Porto Alegre estar em declínio, dar-se ao fato de sua experiência com a 100.5 ter fracassado vertiginosamente e não haver razão para novas tentativas racionais,outrora pudéssemos sim, realizar uma perfeita execução local com excelentes locutores, mas não é a realidade econômica. A Pan Porto Alegre liderou anos e anos a audiência sem ter absolutamente nada local, é uma visão abstrata, concordo.. ou a Pan no litoral deve preencher desnecessariamente sua grade de profissionais para elevar o custo da emissora sem a sua aparente realidade, prevendo salários atrasados e a calamidade estrutural.

Em uma cidade pequena, a realidade limita-se nas operações de verão e sem salários atrasados, essa foi a minha realidade durante toda a experiência que tive na Jovem Pan e essa é a atual realidade do meu colega Lucas Filho, digo isso por estar acostumado a ver colegas de profissão reclamando de seus salários atrasados em outras emissoras. Desta forma podemos razoavelmente considerar que a Jovem Pan Porto Alegre é um caso isolado e que a volta da radio litoral seria um estímulo para uma disputa descontrolada pelo ouvinte e a desidratação da informação qualificada do ouvinte qualificado.

Hoje trabalho com uma empresa de criação na Internet e faço campanhas como apresentador virtual, campanhas para Semp Toshiba, Zero Hora, Castelli, tal como o programa de tv que esta estrearemos em breve..entre outros, confesso que se não fosse o “enlatado” da praia jamais teria criado essas oportunidades. Alias, é uma bela oportunidade pra dizer OBRIGADO, aqueles que me ajudaram a construir esses passos, Dj Jorginho, Ney, Lucas, Paulo Notari, Gilmar Nunes..e tantos outros que sabem o significado do trabalho dedicado e a bela escola de profissionais.

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