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Balada Segura

Na busca por tentativa e erro de corrigir a incidência da composição  de álcool e direção que resulta em perda de muitas vidas, de todas as idades, a autoridade municipal de Porto Alegre, criou uma linha de ônibus especial, com todo o conforto que circula pelos bairros boêmios da capital.

No seu itinerário vai recolhendo e transportando os filhos das classes abastada e média que diante da providência oriunda do Paço Municipal podem, agora, deixar seus carros tranquilamente em suas residências e, encharcar-se de uísque e de cerveja sem qualquer risco de serem pegos dirigindo alcoolizados como ocorria antes.

Os que preferem outros estimulantes mais poderosos se aventurarão com tranqüilidade pelas opções que a noite oferece e que seus bolsos ou bolsos dos seus pais podem suportar. Com o que economizarão em gasolina e multas poderão aumentar o consumo de bebidas e drogas.

Quer dizer: os contumazes apreciadores do álcool, para não dizer os borrachos estão aplaudindo de pé ao prefeito de Porto Alegre e, com certeza, votarão nele  no pleito que de 2012.

Enquanto isto, os trabalhadores que constroem a riqueza  da capital e que são explorados pelas classes dominantes  da cidade, continuam tendo que trafegar em ônibus  com super lotação que os leva dos  locais de trabalho diurno ou noturno para as periferias, onde em habitações precárias em bairros pobres ou favelas descansam(?) seus corpos famintos, em um sono perturbado por fantasmas que assolam aqueles que nada tem.

Penso que a criação desta linha de ônibus constitui-se em um privilégio descabido que visa além de incentivar a degradação de costumes pelo incentivo ao consumo  de álcool e de outras drogas, criar condições de excluir a  punição, pela exclusão da hipótese de incidência.

É claro que vai salvar vidas mas, também é claro, que vai  fortificar a crença que divertir-se é embriagar-se o que fará, daqui  a alguns anos, aumentar o numero de viciados e dependentes com um custo social para as famílias e com um custo financeiro para o sistema de saúde do pais.

Sei que me chamarão de alarmista por pensar assim, mas que fazer? Penso assim!

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