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Brasil diz na ONU que é contra produção de armas nucleares

O representante do Brasil na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Desarmamento, Luiz Filipe de Macedo Soares, defendeu ontem (25), em Genebra (Suíça), a proibição de produção de armas nucleares em todo mundo. Segundo o embaixador, os governos de determinados países não podem usar questões de segurança interna como argumento para a fabricação de armamentos.

A reação do diplomata ocorre no momento em que o Brasil é alvo de críticas externas e internas por apoiar o programa nuclear do Irã. O governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou o enriquecimento de até 20% do urânio. Para os Estados Unidos e alguns países europeus, a decisão disfarçaria a produção de armas nucleares inclusive bombas.

Para Macedo Soares, o mundo não deve ser indiferente aos problemas de cada nação, mas nada pode servir como justificativa para a produção de armas nucleares. O embaixador reiterou que alguns governos são favoráveis à fabricação de armas sob o argumento de necessidade de segurança nacional.

De acordo com o diplomata, é fundamental também a regulamentação de material bélico pré-existente. Segundo ele, a eliminação de armas nucleares é um elemento essencial para a constituição das democracias.

Ontem (25), a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou convite para que o chanceler Celso Amorim preste esclarecimentos sobre o eventual apoio do governo brasileiro ao programa nuclear do Irã. Em várias oportunidades, Amorim ressaltou que o governo é favorável ao desenvolvimento do programa, mas contra a produção de armamentos.

O chanceler evita comentar sobre as suspeitas de produção de armamentos pelo governo iraniano. De acordo com Amorim, a ONU deverá buscar o diálogo com Ahmadinejad antes de discutir as sanções defendidas pelos Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha e Rússia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou, durante as reuniões do Grupo do Rio, realizadas no começo desta semana, que a comunidade internacional não pode isolar o Irã. Em novembro do ano passado, Lula e Ahmadinejad se encontraram para uma série de reuniões em Brasília. O encontro também foi de críticas de parte da comunidade internacional.

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