Policial

Brigada Militar fecha fábrica clandestina de palmito no litoral norte (vídeo)

O Comando Ambiental da Brigada Militar realizou no dia de hoje (10) a apreensão de mais de quatro toneladas de palmitos da espécie juçara, a fiscalização aconteceu em uma residência no interior da cidade de Maquiné.

A polícia ambiental chegou ao local após receber denúncia anônima de que uma pessoa estaria envasando palmitos. Ao realizar a fiscalização foi constatado inexistência de licença ambiental para o beneficiamento do produto.

A PATRAM verificou no local precárias condições de higienização, inclusive com a presença de cães entre os alimentos, grande quantidade de veneno em pó pulverizado no interior da instalação, em razão da grande concentração de mosquitos e pulgas, fatos que por si só atentam contra a saúde.

Desde o processo de coleta, preparo, envasamento e o acondicionamento dos toletes de palmitos em meio a salmora ácida, tudo nas críticas condições acima mencionadas, além da ausência de qualquer dispositivo de refrigeração no local, garantiam que o produto era totalmente impróprio para o consumo. Ainda, segundo o Tenente Jonas Bernardi, podia ser observado em alguns vidros, já lacrados, uma forte coloração esverdeada, demonstrando que o produto tinha fabricação duvidosa, o que serve de alerta para a sociedade, salientou o Oficial.

O Capitão Cezar Augusto Chaves coordenador da Operação, afirma que muito embora somente tenha se flagrado uma pessoa no local, que fora presa, os tipos de delitos praticados ensejam a participação de muitas pessoas, pois desde a coleta e condicionamento dos feixes de toletes de palmitos (cada feixe possuía entre 50 e 100 toletes de palmitos) é necessário o concurso de pessoas para a coleta, carregamento, transporte, processamento e envase do palmito.

Pode se presenciar dois “kits palmitos”, usados para o cozimento do produto, compostos de um fogareiro, uma panela com capacidade para mais de cem litros, botijão de gás imerso em recipiente líquido, com o propósito de reduzir a temperatura em seu entorno, o que segundo o Capitão Tiago Almeida, visa reduzir a possibilidade de incêndio no local, pois não se verificou a existência de extintores o que põe em risco a segurança do local, e a temperatura era tamanha que os recipientes plásticos no entorno dos botijões estavam retorcidos em razão da alta temperatura no local.

A ação de fiscalização ambiental constatou ainda que, havia nos fundos do terreno um córrego, que deságua no rio Maquiné, onde eram descartados os resíduos decorrentes da produção ilegal, contendo substâncias químicas para o branqueamento do palmito, sal, ácido cítrico, de grande efeito irritante para a pele, mucosa e vias aéreas, que eram descartados no recurso hídrico.
 
Além de crime contra a economia popular e o código de defesa do consumidor, há existência de delitos ambientais, posto que a Palmeira Juçara está em risco de extinção e é imune ao corte, compondo a flora da Mata Atlântica. Ainda a poluição de recurso hídrico pelo descarte ilegal dos resíduos.

Uma pessoa foi presa em flagrante e encaminhada a Delegacia de Polícia de Capão da Canoa.

O Coronel Ângelo Silva, Comandante do Comando Ambiental alerta a população que além dos crimes ambientais praticados, o consumo de palmito sem a devida inspeção pelos órgãos competentes pode provocar sérios riscos a saúde humana, assim solicita o Comandante que se denuncie casos de comércio ilegal de produtos clandestinos, bem como crimes ambientais que afetem o nosso meio ambiente. O contato para a denúncia pode ser feito através do telefone 190.

Veja abaixo vídeo divulgado pela Brigada Militar/Robson Alves.

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