Cai número de pobres na América Latina, diz Cepal
A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) demonstrou que 15 milhões de pessoas na América Latina saíram da linha de pobreza e outras 10 milhões deixaram de ser indigentes. Hoje, são 194 milhões de pobres na região, o número mais baixo dos últimos 17 anos.
No estudo da Cepal, órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), Brasil, Argentina e Venezuela aparecem como os países que mais registraram avanços. O estudo apontou que crescimento econômico, maior acessibilidade ao mercado de trabalho e programas assistenciais foram os três fatores que mudaram o quadro da pobreza na América Latina.
O Brasil registrou redução da pobreza, entre 2002 e 2006, de 4,2 pontos percentuais, de acordo com a Cepal. O órgão da ONU considerou, no estudo, família pobre aquela com renda de até R$ 240 por pessoa, e indigentes, a metade desse valor.
A dona-de-casa Maria José mora na periferia de Maceió, em Alagoas. Ela é casada, tem sete filhos e a renda família é de R$ 812 por mês. Desse valor, R$ 112 vêm do Bolsa Família, do governo federal. Segundo ela, dinheiro extra que mudou a vida das crianças.
“Melhorou. Já dá para comprar calçado, caderno, o material de escola deles, até reforço eu pago pra não ver eles na rua à tarde”, disse Maria José.
O programa de transferência de renda Bolsa Família é apontado como um dos responsáveis pelo resultado brasileiro. Apesar do destaque, a Cepal faz um alerta de que programa assistencial não pode ser permanente e defende a necessidade de “portas de saída” para as pessoas que dependem do estado.
“O indivíduo (…) que é potencialmente ativo pode ser absorvido no mercado de trabalho. Esse, em algum momento, deveria deixar de ser objeto de beneficio por parte de recursos públicos. Ele (…) deveria passar a participar do mercado de trabalho como os outros indivíduos da sociedade”, disse o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann.