Caim e Abel o simbolismo do primeiro crime e de eleições

Adão e Eva tiveram os dois primeiros filhos, Caim e Abel. Caim tornou-se agricultor, mas Abel optou por ser pastor. Depois, como Deus (O Homem [Povo] como Criatura) gostava mais do pastor, Caim matou o seu irmão por ciúmes.

Esta história poderá ser um reflexo sobre a rivalidade que sempre existiu entre dois irmãos, entre empresários concorrentes, entre políticos de partidos diferentes ou, no caso bíblico, entre agricultores e pastores, desde que foi introduzida a agricultura na vida dos homens.

O agricultor (Caim) odiava que o pastor (Abel) passasse com o rebanho pelos seus campos que tanto trabalho requeria para cultivar, e o pastor odiava que o agricultor tomasse posse das terras. Porém, o agricultor é o mais poderoso, por isso ele mata o pastor. O pastor morre e o agricultor é o sobrevivente.

O agricultor é mais sofisticado do que o pastor pois tem de dominar a técnica, as ferramentas, o calendário, etc. Caim foi o primeiro a experimentar as vantagens da ciência, perante a desaprovação de Deus (o Povo). O agricultor teria de devastar largas áreas florestais e outros habitats naturais para dar lugar à terra cultivada. Este foi certamente o primeiro passo na destruição da Natureza selvagem. Mais tarde, vieram a diferenças empresariais, políticas, enfim, frutos da modernidade.

Na história de Genesis, o ataque de ciúmes de Caim foi desencadeado na sequência de oferendas que ambos os irmãos fizeram a Deus (o Povo): Caim ofereceu vegetais do seu cultivo enquanto Abel ofereceu umas boas peças de gado. Parece que Deus não gostou da oferta vegetariana de Caim e aprovou apenas a oferta de Abel. Desconhece-se a razão da preferência e o modo como Caim tomou conhecimento dessa discriminação Apenas se sabe da amargura de Caim pela atitude divina.

Então, Deus dirigiu-se a Caim, mas este não quis escutar Deus e começou a alimentar o ódio contra o seu irmão Abel, até que um dia o convidou para ir até ao campo, onde o atacou e matou.

Se o crime de Caim contra seu irmão Abel foi o primeiro da Humanidade, certamente não foi o único. Tantos e tantos outros se sucederam, por ciúmes ou pelo simples ato da concorrência.

O Abel contemporâneo (e local!) permanece pastoreando com amor e pertinácia o rebanho. Caim, enciumado e sem qualquer aviso, vale-se do seu poder; cerca os campos por onde conduz Abel suas ovelhas. Mas Deus (o Povo), por castigo, seca-lhe o plantio.

A Abel resta-lhe o conforto das palavras com que a cada amanhecer louva ao Senhor, pois “Ele é o seu Pastor, nada lhe faltará. Deitá-lo-á em verdes pastos, e o guiará mansamente a águas tranquilas. Refrigerará a sua alma; o guiará pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome”.

Ainda que tudo possa lhe parecer perdido.

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