Catalães protestam contra suspensão do referendo
Os organizadores do protesto, em nota, convidaram todos os catalães “independentemente da sua afinidade política, a pendurar gaiolas em suas varandas, janelas e terraços, com urnas no interior” para que “nunca seja apagada a memória coletiva do dia em que as liberdades democráticas foram proibidas”.
Na noite de ontem (29) cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à sede do Governo espanhol em Barcelona para protestar contra a suspensão do referendo. Eles seguravam faixas com os dizeres: “Desobedecer pelo referendo: pela independência”. Novas manifestações foram convocadas para hoje à tarde na Catalunha, pelo movimento separatista Assembleia Nacional Catalã (ANC).
As ações de protesto visam garantir a realização do referendo convocado pelo presidente da região catalã, Artur Mas, no último sábado, para decidir se a Catalunha deve continuar sendo parte da Espanha. Ontem (29), o Governo espanhol recorreu à Justiça contra o processo de independência. O Tribunal Constitucional acatou os dois recursos: um contra a lei que autoriza a realização da consulta e outro contra o decreto de convocação. O referendo está, portanto, suspenso até que uma decisão final seja emitida – o que deve acontecer em, no máximo, cinco meses.
Mesmo com a decisão judicial, uma campanha publicitária sobre a consulta foi lançada pelo governo regional catalão, além de uma página na internet com informações sobre o voto de 9 de novembro. A Secretária-Geral de Esquerda da Catalunha, Marta Rovira, que apresentou a campanha, disse que “os republicanos seguirão adiante em sua estratégia política e vai haver votação no dia 9 de novembro”.
Nas peças publicitárias publicadas hoje nos jornais da Catalunha, aparece a convocação: “Lembre-se, no dia 9 de novembro você tem um encontro”. Também foram incluídas as duas perguntas a serem respondidas no dia da votação: “Quer que a Catalunha se torne um Estado?” e, em caso afirmativo, “Quer que esse Estado seja independente?”.
Cerca de 5,4 milhões de catalães devem participar da consulta, caso ela realmente ocorra.