Jayme José de Oliveira
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Charles Darwin 3 – Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CHARLES DARWIN 3

Na coluna anterior explicitamos sumariamente as bases fundamentais da teoria “A Origem das Espécies”, baseada na Evolução Natural. Hoje abordaremos algumas experiências exitosas, ocorridas desde a antiguidade. Sim, quando Charles Darwin, em 1859 publicou sua obra, muitos sucessos já tinham sido alcançados. Um dos mais espetaculares foi a domesticação do lobo.

Em algum lugar da Ásia Central, há cerca de 15.000 anos, um lobo diferente surgiu. Mais manso, ele ajudaria os humanos a caçar, pastorear rebanhos, defender territórios e também lhe faria companhia dando origem aos quase um bilhão de cães atuais.

Os primeiros gatos e aves domesticados surgiram no Egito antigo. Os gatos eram predadores naturais dos ratos que infestavam os celeiros e consumiam cereais ali guardados. Também eram objetos de culto, e mumificados como os homens. As aves tinham funções ornamentais, embeveciam com seu canto mavioso e eram consumidas como alimento.

Desde então, outros animais foram domesticados e diversas espécies surgiram, tornando a convivência entre homens e animais uma relação de amizade, carinho e, principalmente, conveniência para nós.

Nem sempre essas relações foram toleradas pela Igreja Católica. Nos séculos XVI e XVII, os donos de animais domésticos, principalmente gatos, podiam ser acusados de bruxaria e até queimados vivos em fogueiras por isso. Segundo o historiador inglês Keith Thomas, um dos argumentos de acusação era que o bruxo (ou bruxa) teria um demônio ou espírito de demônio em forma de animal como ajudante.

São páginas negras da História.

Também, desde a antiguidade, rebanhos eram pastoreados com a finalidade de servirem como alimentos, atualmente a forma mais difundida de obter proteínas.
Mas, onde se encaixa a teoria de Darwin com a domesticação?

As novas espécies criadas pela Evolução Natural são lentas. Muito lentas. Centenas, milhares de gerações decorrem antes de se tornarem definitivas. A Natureza não tem a pressa que os humanos têm. O Homem cruza animais para obter espécies que produzem mais alimentos com menor esforço. Procuram novos produtos visando o benefício dos homens e não dos animais. Mais leite, mais carne, docilidade maior, e, também, são utilizados para serviços, os mais variados. Como montaria, para o transporte precederam as máquinas e permitiram que fossem realizadas tarefas impossíveis sem a sua participação.

Embora os cruzamentos acelerem sobremaneira os resultados, de repente, não mais que de repente… ABRACADABRA, como num passe de mágica miscigenamos espécies, inclusive genes de animais multicelulares, de unicelulares e até de vegetais para criar seres jamais sonhados. Os TRANSGÊNICOS.

Mas isso é outra história e merece uma abordagem especial.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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