Ciclone Yakecan deixa estragos na região, mas poderia ter sido muito pior

Fotos de Osório: Fotos: Marcel Avila, Defesa Civil e Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária

A tempestade subtropical Yakokan começou a se afastar do continente na manhã desta quinta-feira depois de ter deixado dois mortos no Rio Grande do Sul e Uruguai, cerca de 800 mil pessoas sem energia elétrica no estado gaúcho e ter provocado queda de postes, árvores, destelhamentos e danos em diversos municípios, especialmente da costa entre Rio Grande e Capão da Canoa.

Com o afastamento de Yakecan do território gaúcho, o vento nesta quarta-feira sopra durante o dia predominantemente fraco com períodos de moderado no Leste gaúcho e ainda podem se dar algumas rajadas ocasionais, sobretudo na costa.

As rajadas na orla tendem a ser muito menos frequentes que ontem, de acordo com a MetSul.

O ciclone se afasta, mas o alerta segue na costa. Isso porque o swell gerado pela tempestade e um outro ciclone a Leste, este extratropical, será grande entre hoje e amanhã no litoral gaúcho com ondas que podem chegar nas praias a até 5 metros, conforme projeções dos modelos de ondas da Marinha do Brasil.

Com isso, espera-se elevação da maré (maré de tempestade) e uma possível grande ressaca.

A ressaca pode trazer erosão costeira e mesmo danos para calçadões e estruturas na faixa de areia como quiosques e guaritas. Em mar aberto, o mar estará por demais agitado e tempestuoso com grande perigo para pequenas embarcações, ainda de acordo com a MetSul.

Yakecan deixa estragos, mas poderia ter sido muito pior

Autoridades regionais e nacionais passaram os últimos dias avisando das possíveis consequências devastadoras da tempestade Yakecan.

Por sorte, ou para os religiosos pela fé, o pior cenário não se confirmou.

As projeções menos agressivas dos modelos trouxe sim transtornos, prejuízos e até a morte de um pescador, que teve o corpo encontrado e identificado nesta quarta-feira (18), após o barco em que estava naufragar em uma praia de Belém Novo, na Zona Sul de Porto Alegre.

A cidade de Osório foi uma das regiões mais atingidas pela passagem do ciclone.

Cerca de 60 casas foram danificadas.

A secretaria municipal da prefeitura da cidade já auxiliou com a destinação de lonas e está aguardando diminuir a chuva para atender a população com a entrega de telhas.

As secretarias também auxiliaram quatro famílias que foram abrigadas na Vila Olímpica e outras oito famílias que foram atendidas e levadas para residências de amigos e familiares.

Além disso, a secretaria de Assistência Social e Habitação auxiliou os moradores de ruas com a entrega de cobertores e sopas, além de oferecer abrigo para todos. A equipe da secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária realizou a retirada de árvores e galhos que caíram e estavam interrompendo o trânsito.

A secretaria de Educação esteve pela manhã visitando todas as escolas municipais de Osório verificando os estragos e montando um planejamento para atendimento de todas as demandas.

A secretaria de Saúde devido a falta de luz e água cancelou nesta quarta-feira, a vacinação contra a Covid e as consultas eletivas agendadas.

Empresas e comércios tiveram danos em fachadas e estouro de vidraças.

O prefeito Roger Caputi ressaltou que a administração tem buscado atender todas as famílias que sofreram algum dano. “Nossas secretarias municipais estão desde ontem no final da tarde atendendo todas as demandas que tem chegado até nós. Tivemos alguns locais da cidade que foram afetados pelo ciclone, mas já estamos dando todo suporte para essas pessoas e qualquer problema ou dúvida as pessoas podem entrar em contato com a secretaria de Segurança Pública e Trânsito através da Defesa Civil”, destacou o prefeito.

Em Tramandaí, o ciclone provocou o destelhamento do hospital de Tramandaí. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar. Localizado na avenida Atlântica, no Centro do município, o hospital teve parte do telhado foi arrancado pela força da tempestade.

O gerente administrativo Roger Vinicius Rosa Esteves explicou que a parte

do telhado que desabou, por volta das 22 horas de terça-feira, é onde ficam os pacientes clínicos cirúrgicos, ou seja, que serão encaminhados para operações.

No local, havia 14 leitos que, em um primeiro momento, foram remanejados para outras alas.

A população de Tavares e Mostardas, está sem abastecimento de energia elétrica.

O desabastecimento começou por volta das 16h30min de terça-feira (17) e ainda não há previsão de voltar ao normal.

As cidades tiveram quedas de árvores por conta de uma chuva intensa acompanhada de vento que chegou a soprar pouco acima dos 100 km/h.

Por falta de energia elétrica, os quase 20 mil moradores dos dois municípios também estão sem telefonia móvel, fixa e internet.

Em Três Cachoeiras, um ginásio de esportes foi destruído, o vento forte também arrancou telhas de residências e provocou  quedas de árvores e postes.

Segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), também houve queda de árvores na Estrada do Mar (RS-389) no trecho de Osório e Torres.

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