Policial

Código de Trânsito reduziu em 5,8% as mortes por acidentes

O Código Brasileiro de Trânsito, em vigor desde janeiro de 1998, reduziu em pelo menos 5,8% as mortes causadas pelos acidentes de trânsito no Brasil. Cerca de 26,3 mil vidas foram poupadas entre 1998 e 2004, de acordo com a Agência Brasil. Em conseqüência, o Brasil economizou R$ 71 bilhões, dinheiro relativo a perdas na produção, cuidados na área da saúde, remoção e traslado, que seria gasto ou perdido com essas mortes.

O custo médio por pessoa envolvendo perda de produção, cuidados com saúde, remoção e traslado é de aproximadamente R$ 1 mil nos acidentes em que ninguém se fere, de R$ 36,3 mil nos casos em que há feridos e de R$ 270,1 mil em caso de morte. As informações são da pesquisa O Estado da Juventude: Drogas, Prisões e Acidentes, divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado mostra como leis mais duras, com penas financeiras efetivas, podem ter efeitos significativos nos incentivos aos indivíduos zelarem mais por suas vidas, diz o estudo. Apesar da redução, a pesquisa mostra que aproximadamente 28 mil mortes ocorrem por ano no país em decorrência de aproximadamente 750 mil acidentes.

Os homens estão mais expostos a acidentes do que as mulheres por serem menos sensíveis à rigidez das leis de trânsito e por se deslocarem mais em direção aos locais de trabalho, segundo o documento. Ao contrário do dito popular “mulher ao volante, perigo constante”, as taxas de óbito indicam que as mortes causadas pelo trânsito atingem quatro vezes mais os homens, disse o coordenador do Centro de Estudos Sociais da FGV, Marcelo Neri.

Intitulado Juventude Transviada, inspirado no filme estrelado por James Dean e que leva o mesmo nome, o capítulo relativo aos acidentes de trânsito entre os jovens usou números e informações distintas. Mostra, por exemplo, que o país gastou R$ 5,3 bilhões em acidentes de trânsito em 2003, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Dados de 2005 indicam que, com 36,6 mil mortos naquele ano, o trânsito era a segunda maior causa de morte provocada por fatores externos no Brasil — perdendo apenas para os homicídios.

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