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Comissão debate abertura da barra da Lagoa do Peixe

A abertura da barra da Lagoa do Peixe pautou a audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo. O debate, sugerido pelo deputado Alceu Moreira (PMDB), aconteceu na manhã desta segunda-feira (9), no município de Tavares.

O engenheiro agrônomo do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Aldo Saraiva, explicou que a ligação da barra da Lagoa do Peixe com oceano é fundamental para a proliferação das larvas de camarão. Segundo Saraiva, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) tem dificultado a abertura da barra da Lagoa, impedindo a produção do camarão e complicando a situação dos pescadores da região que dependem do produto para seu sustento.

“O Ibama, responsável pelo Parque Nacional da Lagoa do Peixe, quer determinar quando deve ser aberta ou fechada a barra da Lagoa. Isto é uma interferência autoritária. Além disso, o Ibama alega que a iniciativa pode trazer impacto ambiental para a região”, criticou o engenheiro.

A barra de ligação com o mar também é aberta para escoamento da água. Saraiva lembrou que, neste último inverno, o atraso da operação de escoamento da água provocou alagamentos de terras, morte de animais e prejuízos aos produtores. “A abertura da barra é uma prática feita pelos pescadores há mais de cem anos e deve ser realizada em momentos propícios para não afetar o meio ambiente e o sustento dos produtores”, disse Saraiva.

Conforme o proponente da audiência pública, a discussão sobre o tema é necessário para viabilizar o exercício das atividades das famílias de pescadores e proprietários de terras. “O fechamento torna-se uma ameaça à sobrevivência das famílias já que a manutenção da Barra da Lagoa do Peixe fechada em época de fortes chuvas, resulta em alagamento das terras, impossibilitando a prática agrícola e pecuária, bem como prejudica o desenvolvimento da atividade de pesca”, reiterou Alceu Moreira.

Encaminhamento
No final do encontro, o presidente da comissão, deputado Edson Brum (PMDB), afirmou que será agendada para quinta-feira (12) uma reunião técnica com especialistas para avaliar a situação e buscar um acordo com o Ibama. “Queremos encontrar uma alternativa que priorize o desenvolvimento sustentável da região, com a preservação da área e a garantia do sustento e da sobrevivência dos produtores e pescadores”, disse Brum.

Participaram do debate os prefeitos de Mostardas, Marne Mateus Vitorino de Souza; e de Tavares,  Flávio José Rodrigues de Souza; vereadores, representantes de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, da associação dos pescadores e demais entidades interessadas no assunto.

Lagoa do Peixe
A Barra da Lagoa do Peixe, localizada no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, é o local onde ocorre a mistura das águas oceânicas e interiores, oportunizando a proliferação de uma grande diversidade de espécies.

A Lagoa estende-se paralela à praia oceânica entre os cordões de dunas. As águas são rasas (10 a 60 cm), recebendo aporte dos banhados e do mar, através de uma barra que chega a ter 2 metros de profundidade, tornando-a um grande criadouro natural do camarão-rosa.

Salinização
À tarde, os deputados da Comissão de Agricultura reuniram-se na Câmara de Vereadores de Mostardas para tratar da salinização da Lagoa dos Patos que tem prejudicado a produção de arroz na região. A discussão do tema foi sugerido pelo deputado Jerônimo Goergen (PP).

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