Contas externas têm déficit de US$ 43,4 bi
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado de junho ficou abaixo do projetado para o mês, que era US$ 5,4 bilhões. Segundo Maciel, o resultado foi influenciado pelo “desempenho positivo da balança comercial”. Em junho, a balança comercial, que integra a conta de transações correntes, ficou positiva em US$ 2,301 bilhões.
No primeiro semestre, o saldo negativo das transações correntes ficou em US$ 43,478 bilhões, contra US$ 25,244 bilhões em igual período de 2012. Esse saldo negativo é o maior para o período na série histórica do BC, iniciada em 1947.
O resultado no primeiro semestre correspondeu a 3,82% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB).
No primeiro semestre, a balança comercial registrou déficit de US$ 3,092 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) ficou negativa em US$ 22,158 bilhões, enquanto a de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) registrou déficit de US$ 19,770 bilhões, nos seis meses do ano.
De acordo com Maciel, nos seis meses do ano, o maior crescimento da atividade econômica em relação a 2012 estimula a demanda por bens e serviços externos. Ele citou ainda que a balança comercial (exportações e importações) de combustíveis também contribuem para o resultado negativo das contas externas.
O ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou em US$ 1,542 bilhão, no primeiro semestre.
Os dados do BC também mostram que o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 7,170 bilhões, em junho, e a US$ 30,027 bilhões, nos seis meses do ano. Nos seis meses do ano, esses investimentos não foram suficientes para cobrir completamente o saldo negativo em transações correntes.
Apesar de o investimento estrangeiro direto ser o mais adequado para financiar o déficit, porque é de longo prazo, o país tem outras formas de financiar o resultado negativo. Uma delas são os investimentos estrangeiros em ações negociadas no Brasil e no exterior que registraram ingresso líquido de US$ 6,278 bilhões, nos seis meses do ano . Também houve investimentos em títulos de renda fixa negociados no país, com ingresso líquido de US$ 11,038 bilhões.